Como a chegada do torcedor e empresário Pedro Lourenço transformou a SAF do Cruzeiro

Quinto colocado no Campeonato Brasileiro, clube celeste segue firme na parte de cima da tabela de classifcação

O TEMPO 

O Cruzeiro mudou de patamar no mercado com a chegada de Pedro Lourenço para ser o dono da SAF do clube. Nomes como Kaio Jorge, Cássio, Matheus Henrique, Walace e Lautaro Diaz chegaram e deram mais corpo ao elenco celeste. Porém, antes de ganhar esse subsídio dos bolsos de Pedrinho, a Raposa, que é quinta colocada no Brasileiro e passou um turno inteiro vencendo todos os rivais em casa, foi montada com criatividade, pouco investimento e muito conhecimento de jogadores que atuavam em diversos mercados. 
  
Além de Zé Ivaldo, Marlon e Lucas Romero, que chegaram sem custos e hoje são figuras importantes dentro do modelo de jogo de Fernando Seabra, outros destaques chamam muito a atenção na equipe celeste. 
  
Matheus Pereira é apontado como um dos craques do Brasileirão até o momento. O camisa 10 tem seis gols e quatro assistências e encanta com passes de efeito, dribles desconcertantes e finalizações tiradas da cartola de um mágico. O meia foi pinçado no mercado árabe após uma temporada com poucos jogos no Al Hilal, seguido por um empréstimo com também pouco destaque ao Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos.

Matheus em outra oportunidade chegou a falar que a negociação com o Cruzeiro se arrastou ao longo de muitos meses, comentando também sobre as dificuldades que enfrentou nos últimos anos e que reconquistou a alegria e a paixão pelo futebol ao vestir a camisa com cinco estrelas, do seu time do coração.  
  
A sólida defesa cruzeirense tem sido um dos pontos fortes do time no Brasileirão, seja com Cássio ou Anderson embaixo das traves. Um dos fatores responsáveis por essa segurança na última linha é João Marcelo, zagueiro que foi contratado pelo Cruzeiro após passagem pelo Porto, mas com somente dois jogos no time principal da equipe portuguesa. No Brasil, João Marcelo tinha somente partidas pelo sub-23 do Grêmio e dois jogos pela Tombense no Campeonato Mineiro. Um tiro mais que certeiro da gestão de futebol anterior. 
  
Outro ponto alto da defesa é o lateral-direito William. Badalado na juventude, tendo sido destaque do Internacional e campeão olímpico com a Seleção Brasileira na Rio-2016, William conviveu com uma série de lesões na Alemanha, o que limitaram seu tempo de jogo. O lateral tinha somente 11 partidas realizadas entre o segundo semestre de 2020 e dezembro de 2022. William reencontrou a alegria e sua boa fase no Cruzeiro. Hoje, o jogador vive fase artilheira e seu nome voltou a ser pedido na Seleção Brasileira.  
  
O destaque mais recente, e o mais jovem entre os nomes contratados pela antiga gestão é o de Alvaro Barreal. O argentino chegou ao Cruzeiro após passagem pelo FC Cincinnati, da MLS, e encantou o torcedor celeste por suas finalizações acrobáticas e de precisão, seu comportamento voluntarioso em campo e sua capacidade de fazer múltiplas funções em uma mesma partida. Barreal já atuou como ala esquerda, médio e até ponta.  
  
Sem capacidade de investimento àquela época, o Cruzeiro se utilizou, sobretudo, de chegadas sem custos e de empréstimos com opção de compra futura. 
  
Matheus Pereira e João Marcelo, inclusive, já tiveram a aquisição dos direitos exercidos pela nova gestão, após a chegada de Pedro Lourenço. Alvaro Barreal, por sua vez, tem o empréstimo acertado até dezembro, porém, também deve ficar se continuar desempenhando o futebol dos últimos meses.  
  
William, por sua vez, foi uma oportunidade de mercado, já que havia rescindido com o Wolfsburg, justamente pelo excesso de lesões que o atormentaram na Alemanha. O lateral-direito confiou no projeto de reconstrução de carreira apresentado pelo clube e assinou um contrato de produtividade em 2023, automaticamente renovado para 2024 após atingir metas estipuladas em contrato. 
  
O Cruzeiro 2024 é a demonstração que a inteligência e criatividade no mercado aliada ao recurso financeiro podem andar lado a lado na montagem de elenco.