Papa Francisco diz que a Igreja deve 'ter vergonha e pedir perdão' por abuso sexual de menores

Papa Francisco diz que a Igreja deve 'ter vergonha e pedir perdão' por abuso sexual de menores
Na Bélgica, papa Francisco falou sobre abuso sexual de menores Foto: Filippo MONTEFORTE / AFP
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Argentino também falou sobre os casos de "adoção" forçada que ocorreram na Bélgica entre os anos 50 e 70

O Tempo    Por Agências

 

O papa Francisco afirmou, nesta sexta-feira (27/09), que a Igreja Católica deve buscar o "perdão" pelo "flagelo" dos abusos sexuais de menores de idade, em um discurso diante de representantes políticos e da sociedade civil na Bélgica.

"A Igreja deve ter vergonha e pedir perdão. E tentar resolver esta situação com humildade cristã, e fazer todo o possível para que não volte a acontecer", disse o papa no encontro, que teve a presença do rei belga Philippe.

"Penso nos casos dramáticos de abusos de menores, um flagelo que a Igreja está enfrentando com determinação e firmeza, escutando e acompanhando as pessoas feridas e implementando um amplo programa de prevenção em todo o mundo", disse.

"Esta é a vergonha que todos temos que assumir agora, pedir perdão e resolver o problema", completou.

No discurso, o papa argentino fez referência a um grande escândalo que abalou a Igreja belga no ano passado, relacionado com abusos de menores e adoções forçadas de crianças de mães solteiras.

"Me entristece o fenômeno das 'adoções forçadas', também presentes aqui na Bélgica entre os anos 50 e 70 do século passado", disse.

O site belga HLN calcula que quase 30 mil crianças foram retiradas das suas mães na Bélgica entre 1945 e a década de 1980. Bispos do país pediram desculpas em 2023 e solicitaram uma investigação independente sobre os casos.

"Nestas histórias espinhosas, misturou-se o fruto amargo de um crime e um delito, com aquilo que era infelizmente era o resultado de uma mentalidade difundida em todas as camadas da sociedade", disse o pontífice.

"Com frequência, as famílias e outras entidades sociais, incluindo a Igreja, pensaram que para eliminar o estigma negativo, que infelizmente afetava quem era mãe solteira naquela época, seria melhor para ambos, mãe e filho, que este último fosse adotado", completou.

(AFP)