Cocaína rosa: conheça a droga que preocupa médicos e pode ter provocado a morte de modelo brasileira

Cocaína rosa: conheça a droga que preocupa médicos e pode ter provocado a morte de modelo brasileira
"Roleta russa": droga pode ser formada por diversas substâncias Foto: Conselho Federal de Farmácia/Divulgação
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Apesar do nome, o entorpecente não contém necessariamente cocaína e pode ser gerado a partir da mistura de várias outras substâncias; saiba quais

O TEMPO 

 

A cor pode até ser fofa, mas os riscos são enormes e as consequências podem ser fatais. Cada vez mais popular em diversos locais da Europa, como Espanha e Reino Unido, a cocaína rosa tem se tornado uma grande preocupação entre autoridades policiais e entidades médicas - pois a substância tem sido associada a um número crescente de mortes relacionadas a overdose. 

A droga, inclusive, é relacionada ao falecimento da modelo brasileira Emmily Rodrigues, de 26 anos, morta em março do ano passado após cair do sexto andar de um edifício, em Buenos Aires. De acordo com a imprensa da argentina, a autópsia apontou o uso da substância antes do acidente. 

De acordo com informações da BBC News Brasil, a cocaína rosa é conhecida por sua cor vibrante, que foi elaborada para conquistar clientes a partir do apelo visual. Ela é colorida porque traz um corante alimentício. Às vezes, ocorre também a adição de morango ou alguns aromas. Ela é vendida por cerca de US$ 100 o grama (cerca de R$ 550) na Espanha.

O mais surpreendente é que, apesar do nome, a cocaína rosa não contém necessariamente cocaína. Em vez disso, ela geralmente traz uma mistura de várias outras substâncias, incluindo MDMA, cetamina e 2C-B.

De acordo com José Roberto Santin, coordenador do grupo de trabalho de toxicologia do Conselho Federal de Farmácia (CFF), a cocaína rosa é diferente da comum.

"Depois do consumo, a pessoa pode se sentir animada, mas, com o tempo, essa agitação evolui para as alucinações, que aumentam o risco de acidentes. Pode ter ocorrido com a modelo brasileira morta na Argentina. O usuário está sujeito a ver e fazer coisas extremas, sem noção exata da realidade ao seu redor”, explica. 

Especialistas, inclusive, comparam o uso de cocaína rosa a jogar roleta russa, numa alusão à natureza imprevisível e perigosa dessa substância.

Além de causar alucinações, a cocaína rosa pode provocar hipertensão, hipertermia e desidratação. “Em doses extremas, o uso pode levar à sobrecarga do coração, causando infarto”, alerta. A cocaína rosa causa dependência, e seu excesso pode provocar overdose. 

Histórico 

A forma psicodélica original da droga data de 1974 e foi sintetizada pela primeira vez pelo bioquímico americano Alexander Shulgin. Mas a variante moderna surgiu por volta de 2010 na Colômbia, a partir de uma versão falsificada da fórmula original.

A droga ganhou popularidade nas festas e baladas da América Latina e agora se espalhou para a Europa. Os nomes comuns para a cocaína rosa variam muito. Alguns a chamam de "cocaína rosada", "tuci", "Vênus" ou "Eros".