PF mira em BH esquema que recrutava brasileiros para terrorismo mundial
Comércio ilegal de cigarros era utilizado para a compra de passagens aéreas para brasileiros recrutados por organizações terroristas
O Tempo Por Raíssa Oliveira
Comerciantes do ramo de venda de tabaco foram alvo de operação da Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (8 de agosto), suspeitos de financiar esquema para recrutamento de brasileiros para integrar organização terrorista. A ação cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em endereços nas cidades mineiras de Belo Horizonte, Contagem e Uberlândia, além de São Paulo e Brasília.
Segundo a PF, as investigações apontaram que os envolvidos faziam o comércio ilícito de cigarros eletrônicos contrabandeados em lojas de tabacarias no Brasil. O dinheiro obtido na venda ilícita era utilizado para a compra de passagens aéreas para brasileiros recrutados, que viajavam ao exterior para serem entrevistados e selecionados pela organização terrorista.
Uma parcela dos recursos com origem do contrabando também era destinada a contas bancárias de empresas de fachada, que faziam parte do bilionário esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro descoberto no âmbito da Operação Colossus, também deflagrada pela Polícia Federal.
Após uma sucessão de transferências entre contas de empresas de fachada, os recursos ilícitos eram convertidos em cripto ativos e destinados a carteiras sancionadas por apresentarem vínculos com organizações terroristas.
Ainda conforme as apurações da PF, o principal investigado também aproveitava da situação de vulnerabilidade de imigrantes e refugiados e utilizava seus dados pessoais para abrir contas bancárias e empresas por onde circulavam os recursos de origem ilícita.
As informações deram origem à operação Trapiche, deflagrada nesta quinta-feira. A Justiça Federal determinou também o sequestro de valores e bloqueios de contas bancárias, bem como a suspensão da atividade econômica de empresas.
O esquema segue sendo investigado.
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