Minas registra quase 90 mil denúncias de crimes cibernéticos em 2023, diz Sejusp

Minas registra quase 90 mil denúncias de crimes cibernéticos em 2023, diz Sejusp
Número de crimes cibernéticos cresceu 311% nos últimos seis anos
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Número aumentou 8,4% em relação a 2022; estelionato representa 48,7% dos casos

 Portal Itatiaia

Minas Gerais registrou 89.292 denúncias de crimes cibernéticos em 2023. O número é 8,4% maior que o observado no anterior. Em 2022, foram 82.300 casos. Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a pedido da Itatiaia.

Além do aumento no último ano, é possível identificar um crescimento significativo no número de crimes cibernéticos nos últimos seis anos. Em 2018, o estado registrou 28.669 denúncias. Ou seja, em 2023 o número de casos aumentou 311% se comparado a 2018.

O advogado Bruno Rodarte, especializado em crimes cibernéticos, explica o que pode estar por trás desse aumento.

“Um dos principais fatores é o aumento do contato das pessoas com o ambiente virtual. Especialmente durante a pandemia, muita gente passou a usar as redes sociais para entrar em contato com amigos e familiares. Esse uso aconteceu de forma irrestrita. Então, os criminosos aproveitam da inocência dessas pessoas que não estão tão acostumadas com o meio digital”, diz.

Crimes cresceram na pandemia

Segundo os dados da Sejusp, em 2019, antes da pandemia da Covid-19, foram registradas 37.878 casos. Já em 2020, o número saltou para 59.065 - um crescimento de 56%.

Segundo o criminalista, alguns esforços foram feitos para tentar barrar os crimes realizados pela internet. “Em 2021, o governo sancionou uma lei para aumentar a pena de alguns crimes, caso eles acontecessem no ambiente digital. O estelionato simples, por exemplo, tem uma pena de 1 a 5 anos de prisão. Agora, se ele acontece por meios eletrônicos, a pena é de 4 a 8 anos. Ou seja, é um aumento bastante significativo”, esclarece Rodarte.

Apesar do agravamento da pena, a medida não surtiu o efeito que o governo esperava. “O aumento da pena não trouxe uma redução no número de crimes. Então, a gente já começa em pensar em outras alternativas para tentar conscientizar a população. Os bancos passaram a colocar um comunicado, logo quando você abre o site, avisando para não passar dados pessoais, por exemplo”, afirma.

Estelionato lidera denúncias

Entre os crimes cibernéticos mais denunciados em 2023 está o estelionato, com quase metade dos registros (48,7%). Para o advogado, o criminosos preferem o estelionato pela sua facilidade.

“Ele é mais comum porque envolve patrimônio. Na época da pandemia, o Brasil, assim como outros países do mundo, sofreu uma crise econômica. Então, os criminosos queriam dinheiro. O estelionato tem a vantagem de que conta com o agir ativo da vítima. Ela mesma passa as informações, então é mais fácil”, comenta.

Mas como evitar cair em um golpe virtual? Rodarte dá algumas dicas: “Sempre que um terceiro entrar em contato em nome de um banco, ou dizendo que alguém da família foi sequestrado, certifique-se de confirmar essa informação. Para isso, é só ligar no banco e perguntar se a informação é verdadeira. No caso do sequestro, tente ligar para a própria pessoa ou para quem convive com ela. Também sempre tome cuidado em passar informações pessoais. Temos que partir da premissa do excesso de zelo”, alerta.