Após cinco meses, MG decreta fim da emergência em saúde pública por arboviroses

Após cinco meses, MG decreta fim da emergência em saúde pública por arboviroses
Secretaria de Saúde faz balanço do período sazonal de arboviroses em Minas Foto: Videopress Produtora
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Ano de 2024 foi o pior da história do estado, com maior número de mortes e de casos prováveis

O Tempo    Por Bruno Daniel

 

Após mais de cinco meses, chegou ao fim a situação de emergência pública em Saúde, no Estado de Minas Gerais, por causa das arboviroses. O anúncio foi feito nesta terça-feira (2) pelo secretário de estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Bacheretti. O ano de 2024 registrou a maior epidemia da história mineira.  
  
O Decreto, de 26 de janeiro de 2024, teria validade de 180 dias e, portanto, indo até o dia 24 de julho. Mas, conforme Bacheretti, houve queda contínua das notificações de casos de dengue, zika e chikungunya nas últimas semanas, o que permitiu a antecipação do fim do decreto. A revogação foi publicada no Diário Oficial do Estado. 
  
"Decretamos a emergência de forma bem precoce porque sabíamos que as ações de estado e municípios têm que ser antes. Mantivemos esse decreto mesmo com queda, porque alguns municípios ainda precisavam manter contratações de médicos e insumos. Percebemos que agora estamos em constante queda. A maior parte do estado não está em alta incidência", explica o chefe da Saúde em Minas Gerais. 
  
No total, os seis primeiros meses de 2024 registraram 1.655.644 casos prováveis de dengue no estado, dos quais 970.216 foram confirmados. Entre os casos confirmados, 15.014 foram considerados graves ou com sinal de alarme. No período, a dengue provocou 764 óbitos em Minas Gerais, e outras 732 mortes ainda são investigadas. No total, foram registradas 36.196 internações pela doença. Bacheretri ressalta que foi um ano histórico, com 'a maior epidemia das Américas, segundo o chefe da pasta. Apesar disso, ele afirma que a taxa de letalidade do estado foi baixa. 

  "É um número que chama muita atenção. Está muito mais alto que a pior epidemia que a gente tinha registrado na história. Apesar de ter tido muitos casos, MG teve a menor taxa de letalidade, que é a morte por doentes" afirma Bacheretti. 

"A chikungunya teve, até esta terça (2),143.995 casos prováveis notificados, dos quais foram confirmados 109.953 confirmados. Foram 83 óbitos devido à doença e 32 seguem em investigação, com 196 internações pela doença no estado. 

  Já a zika registrou, em Minas Gerais, 275 casos prováveis, com a confirmação de 38 casos (registrados pelos municípios no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan). Mas de acordo com a SES-MG, não há registro de casos de zika confirmados por método direto (RT-PCR) desde 2018, no estado. 


Vacinação abaixo do esperado 

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, foram enviadas ao estado 289.410 doses de vacina contra a dengue desde o mês de fevereiro. Os imunizantes foram destinados a 192 municípios para vacinar o público de 10 a 14 anos. Mas até o momento, apenas foram aplicadas 100.158 doses, apenas 34,6% da quantidade disponível. 

Fábio Bacheretti alerta para a importância da imunização e diz que a queda dos casos não significa que a população pode 'se esquecer' da dengue. O secretário cogita, inclusive, ampliar o público-alvo da vacinação- atualmente de 10 a 14 anos - caso o quadro da imunização no estado não avance. 

"Temos muitas doses paradas. Dose parada não serve, tem que ser no braço. Como agora o vírus não está circulando muito, a gente pode esperar o público de 10 a 14 anos. Mas se não acontecer, não vamos perder nenhuma dose e vamos expandir o público. Vamos fazer ações propositivas nos municípios que têm doses paradas e têm o público de 10 a 14 anos", explica. 


Futuro das arboviroses em MG

 Bacheretti mostra esperança de que Minas Gerais não volte a ter uma epidemia tão grave de arboviroses quanto a deste ano. Conforme o chefe da saúde mineira, muitas pessoas no estado estão imunizadas contra a doença por já a terem pego neste ano, enquanto outras estão imunizadas pela vacinação. Também há no horizonte o início de outras ações preventivas no estado, como a utilização de drones. 

"Os processos licitatórios já estão acontecendo. No norte de Minas e na Gtande BH, os drones já estão funcionando. Eles fazem um mapeamento geográfico da região e conseguem a partir das imagens identificar onde tem possíveis focos e avisa ao município", explica 

Outra medida que, segundo a SES-MG, pode ajudar a reduzir os casos é a fabricação de mosquitos com a bactéria Volbachia. "Ela já está tendo os equipamentos comprados. A expectativa é de que no máximo entre dezembro e janeiro, os primeiros mosquitos sejam espalhados pelo estado de Minas. Com o tempo, esse mosquito passa a ser prevalente e não transmite a dengue", pontua Bacheretti.