Temporal em BH: 'novo normal', área em risco e preparo para chuva de hoje; VEJA

Temporal em BH: 'novo normal', área em risco e preparo para chuva de hoje; VEJA
Região da Vila do Índio foi uma das mais atingidas pelo temporal da noite de terça-feira (23 de janeiro) — Foto: Reprodução Vídeo
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Corpo de Bombeiros foi acionado 162 vezes durante temporal que atingiu a capital na noite dessa terça-feira (23 de janeiro)

O Tempo   Por Isabela Abalen 

temporal que atingiu Belo Horizonte na noite dessa terça-feira (23 de janeiro) somou prejuízos e virou motivo de cabo de guerra entre os governos municipal e estadual. A capital amanheceu com um balanço de 162 chamados de emergência atendidos pelo Corpo de Bombeiros durante a noite, sendo que, por 39 vezes, os agentes salvaram pessoas em inundações ou que estavam ilhadas. Com diversos pontos de interdição, risco de deslizamento de terra e perigo iminente na Vila do Índio, em Venda Nova, os discursos do prefeito Fuad Noman e do governador Romeu Zema foram de troca de farpas

De um lado, Fuad chamou o temporal de “novo normal”, resultado das mudanças climáticas. Ele também avaliou que as obras de contenção da chuva funcionaram de forma adequada. De outro, o governador Romeu Zema relacionou problemas na gestão da capital com os danos causados pela chuva.

A Defesa Civil alertou para a possibilidade do temporal se repetir na capital na noite desta quarta-feira (24 de janeiro). Confira todos os desdobramentos da chuva em Belo Horizonte nesta matéria: 

Belo Horizonte no pós-chuva:

O Corpo de Bombeiros foi acionado 162 vezes em ocorrências relacionadas à chuva em Belo Horizonte e na região metropolitana durante a noite de terça e madrugada de quarta (23 e 24 de janeiro). Desse total, 39 foram para salvamento de pessoas em inundação ou que estavam ilhadas, e 6 foram para desabamento, desmoronamento ou colapso de estruturas. Essas ocorrências foram nos bairros Nova Suíssa, Copacabana, Santa Mônica (duas diferentes), Jardim América e Belvedere, em BH. 

A capital também amanheceu com várias vias interditadas devido à queda de árvores. No cruzamento da avenida com a rua Guaicuí, onde galhos de uma árvore de grande porte caíram, o fornecimento de energia foi interrompido e o trânsito no sentido bairro Santa Lúcia fechado. Segundo dados da Defesa Civil Municipal, está é uma das 11 árvores que caíram entre as 19h30 e 8h.

De acordo com a Defesa Civil do município, durante o temporal, foram sete ocorrências de alagamentos, seis tombamento de muros, além de registros de deslizamento de encostas (1), erosão por causa humana (1), trincas ou infiltrações (4), entre outros. Ninguém ficou ferido.

Apenas a regional Norte da capital não entrou em alerta de risco geológico, isto é, de deslizamentos de terra, de acordo com o monitoramento da Defesa Civil Municipal. As regionais Pampulha, Oeste, Centro-Sul e Leste estão em risco geológico forte, enquanto Venda Nova, Barreiro, Noroeste e Nordeste estão em risco moderado. O alerta vale até a próxima sexta-feira (26 de janeiro).

A casa de uma idosa, de 92 anos, que está acamada, ficou alagada durante a chuva da noite desta terça-feira (23 de janeiro) na rua Várzea da Palma, no bairro Engenho Nogueira, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Travesseiros foram colocados debaixo do colchão para impedir que a água barrenta atingisse a idosa. A família teve prejuízos com alimentos e fraldas geriátricas, além de móveis e eletrodomésticos. “Foi um momento de muito desespero, ela é muito vulnerável, tem diabetes, pressão alta", lamentou a neta da idosa, a doméstica Claudineia Soares, de 37 anos. Veja vídeo: 

A casa de uma idosa, de 92 anos, que está acamada, ficou alagada durante a chuva da noite desta terça-feira (23) no bairro Engenho Nogueira, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Travesseiros foram colocados debaixo do colchão para impedir que a água barrenta atingisse a… pic.twitter.com/5zdsuBsnD1

— O Tempo (@otempo) January 24, 2024

Pronunciamento do prefeito: 'novo normal'

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, classificou a chuva da noite desta terça-feira (23 de janeiro) como o novo normal. O chefe do executivo municipal considerou que o volume da água foi um fenômeno impulsionado pelas mudanças climáticas. Ele também avaliou que as obras de contenção da chuva funcionaram de forma adequada. 

"A gente dizia que chuvas como a de ontem eram fora do normal, mas agora temos que reconhecer que esse é o novo normal. Tivemos uma chuva muito forte em todas as áreas da cidade, e a resposta (dos equipamentos de infraestrutura) foi adequada", afirmou o prefeito Fuad Noman.

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, prometeu até o final do dia (24 de janeiro), limpar toda sujeira provocada pela chuva. Além da limpeza, a PBH também montou três pontos de comando nas regionais mais atingidas pelo temporal, Centro-Sul, Pampulha e Venda Nova. "Toda a Prefeitura está mobilizada em limpar cidade. Até o final do dia, tudo estará resolvido", garantiu Fuad Noman em coletiva para imprensa no Centro de Operações (Cop) da PBH.

Vila do Índio: perigo e monitoramento dos moradores das casas

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não descarta a possibilidade de retirar moradores de suas casas na Vila do Índio, entre as regionais 

Venda Nova e Pampulha. O local foi um dos mais atingidos pelo temporal da noite de terça-feira (23 de janeiro), e é monitorado pela Defesa Civil. A Vila do Índio possui cerca de 600 casas e abriga aproximadamente 2 mil pessoas.

Conforme o chefe do Executivo, alguns dos moradores enfrentam dificuldade para acessar suas casas. O transtorno é decorrente de estruturas, tais como pontes e passarelas, que foram afetadas pelo temporal.

“Não tivemos grandes problemas na cidade, o maior problema foi na Vila do Índio, principalmente em função da queda de passarelas e pinguelas. Essa é uma obra que já estamos trabalhando, a equipe da Urbel está no local para encontrar uma solução e retirar as pessoas, se necessário”, informou o prefeito Fuad Noman.

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Conversa

Fuad Noman

@fuadnoman

Mais água está por vir e há muito o que fazer. Seguimos trabalhando para prevenir mortes e danos mais graves ao patrimônio. Para as pessoas que vivem em áreas de risco, peço a atenção e a colaboração de seguirem todas as orientações da Defesa Civil.

1:23 PM · 24 de jan de 2024 de Belo Horizonte, Brasil

Após tempestades, Zema critica gestão em BH sem citar Fuad

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), usou as redes sociais para afirmar que "é preciso Gestão na cidade", que teria crescido "sem planejamento". A publicação foi vista como uma crítica velada ao prefeito da cidade, Fuad Noman (PSD). 

"Fortes chuvas causaram estragos em BH. As forças de segurança do Estado somaram esforços para amenizar os danos. O @governomg tá investindo na construção de 5 bacias de contenção na capital. Mas ainda é preciso Gestão na cidade que por muitos anos cresceu sem planejamento".

 

Temporal pode se repetir: confira previsões

Defesa Civil de Belo Horizonte informou, nesta quarta-feira (24 de janeiro), que há a previsão de chuva forte na capital mineira. O órgão emitiu um alerta com volume que pode variar de 60mm a 80mm até 8h desta quinta-feira (25 de janeiro). 

O volume é praticamente o mesmo que caiu na região Centro-Sul no temporal dessa terça-feira (23 de janeiro), quando os medidores da Defesa Civil registraram 71mm de chuva na região. 

Mais chuva: 71% de MG está em alerta para tempestade; BH está inclusa

Minas Gerais tem 606 cidades em alerta para tempestades, válido até às 10h desta quinta-feira (25 de janeiro), segundo emitiu o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O número significa 71% do Estado e inclui a capital Belo Horizonte e a região metropolitana. “Baixo risco de estragos em plantações e de alagamentos”, informou o Inmet.  

O alerta indica para chuvas de até 30mm/h ou 50mm/dia. Isso significa que pode chover até 30 litros de água por cada m² das áreas afetadas. Há ainda previsão para ventos intensos de até 60 km/h. A velocidade é suficiente para ocasionar cortes em energia elétrica e queda de galhos de árvores.  

 

Orientações durante a tempestade: 

  • Em caso de rajadas de vento, não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas; 
  • Não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda;
  • Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia;
  • Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).
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