STF começa a julgar vínculo entre motoristas de aplicativo e as plataformas

STF começa a julgar vínculo entre motoristas de aplicativo e as plataformas
Motoristas de aplicativos de todo o Brasil fazem buzinaço em frente ao Congresso Nacional em protesto contra projeto de lei que regulamenta aplicativos de transporte privado — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Ministros julgam se recurso apresentado pela Uber contra decisão do TST, que reconheceu o direito à carteira assinada do prestador de serviços, tem repercussão geral ou não

O tempo     Por Renato Alves

 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) começam a julgar nesta sexta-feira (23) se há vínculo de emprego entre motoristas de aplicativo e as plataformas que prestam serviços. 

Os ministros julgam se recurso especial apresentado pela Uber contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que reconheceu o direito à carteira assinada do prestador de serviços tem repercussão geral ou não.

A análise no STF ocorre em plenário virtual – onde não há debates – e tem uma semana de prazo para ser encerrada. Relator do caso, o ministro Édson Fachin, votou a favor da repercussão geral. 

Se a maioria dos ministros seguir a posição de Fachin, todas as ações do tipo no país deverão seguir o mesmo entendimento. Mas, antes, o STF vai analisar qual o tipo de relação de trabalho entre profissionais e aplicativos. com a definição, a Corte elaborará uma espécie de guia para orientar disputas de casos semelhantes que tramitam em instâncias inferiores.

Ainda caso a repercussão geral sobre o tema seja aceita, o STF marcará uma data para discutir o conteúdo (mérito) do processo. Para tal, o relator do caso pode, por exemplo, realizar audiências públicas, ouvir interessados e suspender processos com tema semelhante em todo o país.

Em decisões monocráticas, ministros rejeitaram vínculo

Além deste recurso especial da Uber, que está em julgamento, há uma reclamação do Rappi à espera de análise do Supremo. Ele estava na pauta de julgamentos no início de fevereiro, mas não chegou a ser votado.

O suposto vínculo de emprego entre motoristas de app e aplicativos teve decisões do STF, mas nunca o tema foi analisado pelo Pleno, formado por 11 integrantes da Corte.

Em decisões individuais sobre processos diversos que chegaram ao Supremo, ministros rejeitaram a existência de relação de emprego entre as empresas donas dos aplicativos e os trabalhadores.

Em dezembro, a Primeira Turma do STF rejeitou a ligação entre as empresas e seus prestadores de serviço — a definição foi feita pela primeira vez por um colegiado do Supremo. 

Na ocasião, a Turma, que julgava ação contra a Rappi, decidiu enviar uma outra ação sobre o mesmo tema para a avaliação de todos os ministros.