Secretaria de Saúde de Santos vai investigar denúncia de que mortos em operação foram levados a hospitais

Secretaria de Saúde de Santos vai investigar denúncia de que mortos em operação foram levados a hospitais
Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, participou de audiência na Alesp SSP-SP/Divulgação
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Manobra dificulta trabalho de perícia; secretário de Segurança Pública diz que não há excessos em ação que matou 39 pessoas

 

A Secretaria de Saúde de Santos, no litoral de São Paulo, vai investigar uma denúncia de funcionários que apontam que pessoas mortas durante a Operação Verão foram levadas para hospitais como se estivessem vivas. A informação sobre as vítimas foi divulgada com exclusividade pela TV Globo e o g1, na quarta-feira (6).

Conforme a pasta, até a reportagem, nenhum funcionário relatou a denúncia por meio dos canais de ouvidoria da secretaria. “Diante dos fatos narrados, a secretaria vai abrir uma sindicância para apurar o caso”. A Polícia Militar (PM) também informou que vai investigar.

Segundo a reportagem, quando o corpo é retirado do local do crime, o trabalho de perícia fica prejudicado e dificulta constatar, por exemplo, se houve um homicídio ou uma morte decorrente da intervenção policial.

Além do depoimento de funcionários de serviços de saúde, a reportagem mostrou documentos da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e do Ministério da Saúde com informações contraditórias sobre onde as pessoas morreram. Até o momento, 39 morreram supostamente em confronto com a PM desde o início de fevereiro, na Baixada Santista.

A operação, que mudou o nome de Escudo para Verão, foi deflagrada após a morte do policial da Rota, o pelotão de elite da PM paulista, Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro. Desde o início do ano, três policiais morreram após ataques no litoral de São Paulo.

A denúncia da reportagem apontou que, diferentemente dos boletins de ocorrência, as declarações e atestados de óbitos entregue às famílias dos mortos informam que as vítimas morreram ainda no local do suposto do tiroteio, e não não hospital.

‘Não reconheço nenhum excesso’

Em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na quarta, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que “não reconhece nenhum excesso” na operação na Baixada Santista. A resposta foi dada após uma pergunta do deputado Eduardo Suplicy (PT).

“Importante deixar claro que nenhum órgão correcional das polícias, Corregedoria da Polícia Militar, Corregedoria da Polícia Civil, recebeu qualquer denúncia, qualquer informação, qualquer relato oficial, de que houve abuso das forças policiais. Caso isso aconteça, com total transparência e absoluta certeza, isso será investigado”, disse o secretário na Alesp.

Ele tratou denúncias feitas por moradores como relatos informais, que não podem, segundo ele, serem usados para instaurar procedimentos sendo que as corregedorias das polícias não receberam nenhuma denúncia.