O que é a raiva humana? Entenda sintomas e prevenção da doença transmitida por morcegos
Belo Horizonte confirmou que registrou 11 casos de morcegos contaminados com o vírus da raiva
Itatiaia Por Ana Luisa Sales
A Prefeitura de Belo Horizonte confirmou nesta terça-feira (28) que, em 2024, foram encontrados 11 morcegos com o vírus da raiva. Essa é uma informação que pode deixar a população preocupada porque esse vírus quando transmitido para humanos tem uma taxa de 100% de mortalidade.
Contudo, apesar do número parecer assustador é importante entender que Belo Horizonte, nos últimos cinco anos, registrou casos de morcegos contaminados, no ano passado, por exemplo, foram registradas 15 ocorrências. Ou seja, há uma incidência recorrente e que, normalmente, é controlada pela Secretaria Municipal de Saúde.
Na capital mineira, conforme a PBH, não é registrado nenhum caso de raiva em humano desde 1984.
Em entrevista à Itatiaia, o infectologista da Oncoclinicas, Cristiano Galvão, deu detalhes sobre como acontece a transmissão da raiva para humanos. “A raiva é uma doença causa por um vírus que fica presente na saliva dos animais infectados. Então, a transmissão se dá pelo contato do ser humano com a saliva dos animais e costuma acontecer principalmente a partir de mordeduras, arranhaduras e até lambedura desses animais”, explica.
Ciclo de transmissão da raiva até chegar aos humanos
Gustavo Pereira / Itatiaia
O Ministério da Saúde também explica que em humanos infectados há um intervalo de cerca de 45 dias entre a contaminação com o vírus até o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Esse período é conhecido como tempo de incubação do vírus.
Quais os sintomas da raiva?
Entre os sintomas mais comuns em humanos, Galvão destaca:
- Cefaleia (Dor de Cabeça)
- Vômitos
- Inflamação do cérebro
- Espasmos Musculares
- Crises convulsivas
- Entorpecimento
- Coma
Existe tratamento para raiva?
O infectologista esclarce que a raiva humana é uma doença que tem a letalidade próxima de 100%, ou seja, quase todas as pessoas que contraem a doença morrem. Apesar desse dado, Galvão explica que existe, sim, um protocolo de tratamento para a raiva.
“A gente até tem um protocolo específico de tratamento da raiva humana, mas que a resposta é muito ruim. É um tratamento baseado na indução de coma, uso de antivirais e suporte clínico na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Mas, a resposta é muito ruim com uma taxa aí de cura baixíssima”, informa.
Quais os riscos da raiva para crianças?
A raiva é tão grave para adultos quanto para crianças. “No caso das crianças, elas podem ser consideradas grupo de risco devido à exposição a animais. Temos uma estatística de que 45% das mordeduras de animais acontecem no período de férias escolares, então as crianças estão mais expostas”, pontua.
O que posso fazer para prevenir que meu filho seja contaminado?
Galvão recomenda que os pais evitem de deixar que as crianças brinquem com animais desconhecidos e cachorros de rua. "É importante também que eles orientem os filhos caso encontrem algum bicho, por exemplo, algum morcego caído no chão, não manusear o animal e chamar a ajuda de um responsável”, aconselha.
Em casos de mordedura ele orienta que os responsáveis lavem de forma extensiva o ferimento com água e sabão, além de procurar atendimento médico.
Vacina
Apesar da raiva não ter um tratamento eficaz, existe a vacinação que pode ser aplicada pós-exposição ao vírus. “Em alguns casos ela é aplicável e ela consegue impedir que a doença se instale. Mas, os casos devem ser avaliados caso a caso e é necessária a avaliação de um profissional médico para saber se tem indicação”, explica.
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