Minas Gerais segue liderando lista suja do trabalho escravo no Brasil, aponta Ministério do Trabalho

Minas é responsável por 159 dos 745 nomes divulgados, correspondendo a 21% do total.
Por Beatriz Mendes, g1 Minas — Belo Horizonte
O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou nesta quarta-feira (9) a atualização da “lista suja”, que aponta empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. O estado de Minas Gerais segue liderando o ranking no Brasil.
Minas é responsável por 159 dos 745 nomes divulgados, número que corresponde a 21% do total.
No último ano, 155 empregadores foram incluídos na lista, sendo 80% ligados a atividades rurais e 18 casos comprovados de trabalho análogo à escravidão em atividades domésticas.
Em 2024, 165 casos foram registrados no estado, de 727 no Brasil, quando Minas representava 22% do total.
Região Metropolitana e Central
Um dos empregadores citados na lista foi identificado em Belo Horizonte, e outros três na região metropolitana da capital. Desses, três foram incluídos na lista recentemente, na última atualização.
"Lista suja" — Região Metropolitana de Belo Horizonte
Estabelecimento | Empregador | Inclusão no Cadastro de Empregadores |
Rua Florença, 1729, Jardim Canadá, Nova Lima/MG | ARINALDO OLIVEIRA DO NASCIMENTO | 07/10/2024 |
Fazenda Souza Lima, Zona Rural, Belo Horizonte/MG | LUCIANO ASSIS OLIVEIRA | 05/04/2024 |
Fazenda Cebolinha - Rodovia MG 050, Km 49, Vianópolis, Zona Rural, Betim/MG | OSNI DE FREITAS | 05/04/2024 |
Estrada do Engenho, 2012, distrito de São Sebastião de Águas Claras, conhecido pela alcunha de Macacos, Nova Lima/MG | REINALDO GONCALVES DE MELO | 05/10/2023 |
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
Os outros seis empregadores foram registrados na Região Central do estado, todos eles foram incluídos na lista entre 2024 e 2025.
"Lista suja" — Região Central de Belo Horizonte
Estabelecimento | Empregador | Inclusão no Cadastro de Empregadores |
Sítio Rancho da Catira - Br 262, Santa Efigênia, Rio Casca/MG | ANTONIO LAUDIO DA CRUZ | 05/04/2024 |
Alojamento - Rua Dr. Zebral, 408, Boa Vista - Conselheiro Lafaiete/MG | ECM - FUNDACOES E CONSTRUCOES EIRELI | 07/10/2024 |
Imóvel Rural, Estrada Rural com acesso às margens da estrada de acesso à Monsenhor Horta, Zona Rural, Mariana/MG | JOSE PAULO TEIXEIRA | 09/04/2025 |
Sítio Tatu, Zona Rural, São João Del Rei/MG | MARCOS ANDRE DILASCIO DETOMI | 05/04/2024 |
Rua Vitorio Zanetti, 149, Lagoa, Ouro Preto/MG | TAYNAN WAGNER MIRANDA | 07/10/2024 |
Garimpo Capoeirana, Área AC-32, Zona Rural, Nova Era/MG | XISTO ANDRADE DE OLIVEIRA JUNIOR | 09/04/2025 |
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
Como alguém vai parar na ‘lista suja’?
Auditores-fiscais do trabalho do MTE realizam constantemente ações fiscais de combate ao trabalho análogo à escravidão.
Quando as fiscalizações encontram trabalhadores em condição análoga à escravidão, um auto de infração é lavrado — um registro oficial de que houve a irregularidade.
Cada auto de infração gera um processo administrativo, no qual as irregularidades são apuradas e os empregadores têm direito à defesa.
Pessoas físicas ou jurídicas só são incluídas na “lista suja” quando o processo administrativo que julgou o auto específico de trabalho análogo à escravidão em relação àquele empregador é concluído, com decisão sem possibilidade de recurso.
Como denunciar
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa no Sistema Ipê, lançado em maio de 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho.
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