IA leva Google e Amazon a investir em reatores nucleares; entenda por quê
Gigantes da tecnologia investem em alternativas de energia para alimentar seus data centers
O Tempo Por Agências
Acordos recentes entre Google, Amazon e startups de energia nuclear dos Estados Unidos resultaram em uma enxurrada de investidores migrando para empresas do setor na Bolsa americana.
A expectativa dos empresários é de que esse fluxo de dinheiro confirme uma retomada. A geração nuclear enfrentava um declínio desde o acidente de Fukushima, no Japão, em 2011. Agora, porém, há novos investimentos em andamento.
As ações das empresas relacionadas ao setor dispararam para máximas históricas após o anúncio das big techs na última semana.
O Google fechou contrato com a startup Kairos Power para a construção de cerca de seis pequenos reatores nucleares, de nova geração. A Amazon seguiu o mesmo caminho com a X-energy.
O objetivo é fornecer eletricidade para novos data centers, responsáveis pelo processamento de inteligência artificial.
Até mesmo as ações das startups concorrentes Oklo e NuScale reagiram com valorização.
A gigante Constellation, que opera o maior número de reatores nos Estados Unidos, dobrou de valor desde o início do ano.
Alto consumo de energia
A oferta de energia, principalmente limpa, é um ponto crítico para a disseminação da inteligência artificial. Data centers consomem 4% da eletricidade nos Estados Unidos, mas o percentual pode chegar a 9% até 2030, segundo o Electric Power Research Institute. Pesquisar algo no Google consome cerca de 0,3 watt-hora, enquanto uma consulta no ChatGPT requer 2,9 watt-hora.
No mês passado, a Microsoft assinou um acordo de fornecimento de 20 anos com a Constellation, que irá reativar uma usina.
Bill Gates, o emblemático fundador da empresa, é um defensor da energia nuclear.
Enquanto, nos Estados Unidos, o gatilho para investimentos em novos reatores é a demanda da IA, em países europeus como a França, a decisão é de depender menos da energia importada da Rússia.
Ao menos 20 países anunciaram planos de expansão da energia nuclear recentemente, e há cerca de 60 reatores em construção. O tema, entretanto, divide ambientalistas.
E Angra 3?
O Brasil possui apenas dois reatores nucleares, Angra 1 e 2, localizados no estado do Rio de Janeiro. A obra de Angra 3 se arrasta há 39 anos e está paralisada desde que foi alvo da Operação Lava Jato. O progresso das obras é estimado em 66%. O governo está prestes a decidir sobre a continuidade do projeto e o valor da tarifa de energia.
Segundo um estudo do BNDES, o custo para abandonar o empreendimento pode ultrapassar R$ 21 bilhões, enquanto concluir a usina custaria R$ 23 bilhões.
(Folhapress)
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