Dólar bate R$ 6 pela primeira vez após anúncios de Haddad
Alta ocorre em meio à reação do mercado ao anúncio de contenção de gastos do governo federal
O TEMPO
O dólar à vista chegou a R$ 6 pela primeira vez desde que começou a circular, em 1994, nesta quinta-feira (28/11). O câmbio aumentou com a reação do mercado ao anúncio do pacote de contenção de gastos do governo federal feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
As medidas preveem cortes de R$ 71,9 bilhões entre 2025 e 2026 e implicam limitação para o aumento do salário mínimo, restrição para o abono salarial e um imposto de renda de 10% para pessoas que ganham mais de R$ 600 mil por ano. O ministro também anunciou que quem recebe até R$ 5.000 será isento do imposto de renda.
Veja o que muda:
Salário mínimo: hoje, ele é reajustado pela inflação do ano anterior somada com o crescimento do PIB dos dois anos anteriores. O que muda: enquadra o reajuste aos limites do arcabouço fiscal, que limita o crescimento de despesas a 2,5% acima da inflação.
Abono salarial: hoje, é de até um salário mínimo a mais (R$ 1.412), pago a trabalhadores que recebem até dois salários mínimos. O que muda: fixa a renda para acessar o benefício em R$ 2.640 e corrigido pela inflação até chegar a 1,5 salário mínimo em 2035.
Bolsa Família: governo propõe inscrição ou atualização de famílias formadas por uma pessoa deve ser feita no domicílio; atualização obrigatória para cadastros desatualizados há 24 meses e biometria obrigatória para inscrição e atualização cadastral; restrição para municípios com percentual de famílias unipessoais acima do disposto em regulamento.
Benefício de Prestação Continuada (BPC): destinado a idosos que não têm direito à aposentadoria e a pessoas com deficiência que não possuem renda fixa. Governo propõe vedação de dedução de renda não prevista em lei. Passam a contar para acesso: renda de cônjuge e companheiro não coabitante e renda de irmãos, filhos e enteados (não apenas solteiros) coabitantes. Também haverá atualização obrigatória para cadastros desatualizados há mais de 24 meses e biometria obrigatória para novos benefícios e atualizações cadastrais. Em uma mesma família, a renda de um benefício volta a contar para acesso a outro benefício.
Esta matéria está em atualização.
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