Começou hoje (21) julgamento do Caso Mariana na justiça inglesa

Começou hoje (21) julgamento do Caso Mariana na justiça inglesa
Mariana Antonio Cruz Agencia brasil .png Começa nesta segunda (21) julgamento do caso Mariana em Londres Antônio Cruz/ Agência Brasil

A sentença está prevista para março de 2025

Itatiaia      Por 

 

A justiça inglesa iniciou, nesta segunda-feira (21), em Londres, o julgamento da mineradora BHP, que era sócia da Vale na empresa Samarco, responsável pela Barragem de Fundão, que se rompeu em 2015.

A Vale fez um acordo com a multinacional anglo-australiana e saiu do processo internacional, mas continua tendo a responsabilidade de dividir o pagamento das indenizações em eventual condenação.

Mais de 600 mil pessoas e dezenas de municípios, representadas pelo escritório Pogust GoodHead, são parte na açao internacional. A expectativa de indenização é de R$ 230 bilhões.

Danos

Ao todo, 19 pessoas morreram e 675 quilometros do Rio Doce foram tomados pela lama da barragem que chegou ao mar, alcançando, além de dezenas de cidades mineiras, os estados do Espírito Santo e da Bahia.

Cronograma

Desta segunda (21) até sexta (25), serão realizadas as declarações iniciais da acusação e da defesa.

Testemunhas

A partir do dia 28 de outubro até 14 de novembro, as testemunhas da BHP serão interrogadas e responderão perguntas sobre o nível de controle que a mineradora anglo-australiana tinha sobre a barragem, sua segurança e sua conduta após o colapso.

Especialistas

Do dia 18 de novembro ao dia 19 de dezembro, o Tribunal ouvirá especialistas em Direito Civil, Societário e Ambiental. Também será debatida a legitimidade de municípios para litigar fora do país. Na sequência haverá oitiva de especialistas em questões geotécnicas e de licenciamento.

Legitimidade

Também será debatida a legitimidade de municípios para requerer a indenização fora do país. Aliás, esse ponto já foi alvo de uma ação do IBRAM - o Instituto Brasileiro de Mineração, no Supremo Tribunal Federal, alegando que as prefeituras não poderiam recorrer à justiça internacional par requerer reparação por um dano ocorrido no Brasil. Na sequência haverá oitiva de especialistas em questões geotécnicas e de licenciamento.

Sentença

Depois disso o tribunal entra em recesso e volta a funcionar em janeiro. As partes passam o primeiro momento elaborando suas alegações finais, em feveiro argumentações são apresentadas e em março sai o veredito.

Resposta

A BHP que, tambem tem representantes participando e acompanhando o julgamento aqui, afirma que a ação aqui na inglaterra é desnecessária e atrapalha o andamento da reparação no Brasil.

“A BHP refuta as alegações acerca do nível de controle em relação à Samarco, que sempre foi uma empresa com operação e gestão independentes. Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com a Samarco e a Vale para apoiar o processo contínuo de reparação e compensação em andamento no Brasil. A BHP Brasil está trabalhando coletivamente com as autoridades brasileiras e outras partes buscando soluções para finalizar um processo de compensação e reparação justo e abrangente, que mantenha os recursos no Brasil para as pessoas e o meio ambiente brasileiro atingidos. A BHP continua com sua defesa na ação judicial no Reino Unido, que duplica e prejudica os esforços em andamento no Brasil”, afirma a empresa em nota.