Felipão completa seis meses de Atlético com respaldo da diretoria
Aos 75 anos, Felipão superou dificuldades no início do trabalho no Galo e, neste sábado (16/12), completa seis meses no comando
Lucas Bretas Fonte Estado de Minas
Em 16 de junho, o Atlético acertava a contratação de um dos nomes mais vencedores do futebol mundial: o técnico Luiz Felipe Scolari. Experiente, o gaúcho enfrentou dificuldades no início da trajetória no Galo, mas encontrou soluções ao longo do segundo semestre e, neste sábado (16/12), completa seis meses à frente do time mineiro – com respaldo da diretoria.
Foram quase dois meses de trabalho sem uma única vitória. No período, o Atlético foi derrotado cinco vezes e empatou em outras quatro oportunidades.
Quando Felipão assumiu o comando do Galo, a equipe ocupava a quarta colocação na Série A do Campeonato Brasileiro. Ao fim da 17ª rodada, após derrota para o Flamengo (2 a 1) no Independência, em Belo Horizonte, o alvinegro chegou a ser o 13° colocado da principal competição nacional, temendo até mesmo um rebaixamento.
“Virada de chave” e retomada da confiança
A vitória diante do São Paulo (2 a 0), no Morumbi, em São Paulo, pela 18ª rodada do Brasileirão, foi um verdadeiro divisor de águas para o Atlético na temporada. Mesmo tendo sido eliminado da Copa Libertadores quatro dias depois, nas oitavas de final, diante do Palmeiras, dali em diante, o Galo evoluiu.
Ainda que com alguns tropeços (contra Vasco, Coritiba e Cruzeiro), o time demonstrava melhor assimilação às ideias do treinador gaúcho, na medida em que Scolari também passava a conhecer melhor as características dos atletas. Bons resultados se tornavam cada vez mais frequentes.
Felipão comemora vitória sobre o São Paulo com jogadores do Atlético
(foto: Pedro Souza/Atlético)
A derrota no primeiro clássico da história na Arena MRV, novo estádio do Atlético em Belo Horizonte, foi dolorida para os atleticanos. A partir daquela tarde de domingo, no entanto, o Galo emendou sequência de nove jogos de invencibilidade, com sete vitórias e dois empates no período.
A arrancada fez com que os comandados de Felipão chegassem à última rodada do Campeonato Brasileiro com possibilidades de título, ainda que ínfimas. Ponto fora da curva, a goleada sofrida diante do Bahia (4 a 1) no compromisso final, na Fonte Nova, em Salvador, fez com que o Atlético encerrasse a competição na terceira colocação, a quatro pontos do campeão Palmeiras.
Das críticas da torcida ao respaldo da diretoria
A sequência negativa das primeiras semanas no comando do Atlético fez com que as redes sociais fossem tomadas de pedidos de demissão de Felipão por parte da torcida do Galo. As principais críticas estavam relacionadas ao estilo de jogo mais conservador, majoritariamente reativo, e ao baixo repertório ofensivo do time.
A evolução da equipe passou também por uma mudança na formação tática: do 4-3-3 para o 4-4-2. À medida que as peças se encaixavam, Felipão descobria uma escalação ideal para o Atlético.
Ainda neste sentido, a aproximação de Hulk e Paulinho por dentro, no comando do ataque alvinegro, foi fator determinante para o crescimento do time. A escolha por uma dupla de volantes com mais características de marcação (Otávio e Battaglia, depois Alan Franco) também foi decisiva neste sentido.
Hulk e Felipão durante treino do Atlético na Cidade do Galo
Na reta final da temporada, peças importantes também passaram a reencontrar o bom desempenho. Foram os casos do lateral-esquerdo Guilherme Arana e do meio-campista Matías Zaracho, por exemplo.
Com a evolução dentro das quatro linhas, o respaldo interno de Scolari cresceu. Nas últimas semanas de jogos, membros da diretoria alvinegra passaram a considerar a permanência do gaúcho para 2024 e, inclusive, indicá-la em entrevistas.
Com contrato até o fim do ano que vem, Felipão é peça ativa na montagem de elenco e deve mesmo seguir no comando do Atlético. O sarrafo, de toda forma, será maior, e a torcida espera voltar a ter a oportunidade de comemorar grandes conquistas em 2024.
Números do Atlético com Felipão
- Jogos: 31
- Vitórias: 14
- Empates: 8
- Derrotas: 9
- Gols marcados: 39
- Gols sofridos: 26
- Aproveitamento: 53,7%
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