Conclave à vista: conheça os cardeais favoritos para suceder Papa Francisco

Conclave à vista: conheça os cardeais favoritos para suceder Papa Francisco
vaticano-praça-sao-pedro.jpeg Em breve se inicia mais um conclave na história da Igreja Católica Luiza Rocha/Itatiaia

Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica se prepara para eleger seu novo líder

  Itatiaia

A morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira (21), abre caminho para mais um conclave na história da Igreja Católica. No ritual centenário realizado na Capela Sistina, os cardeais com menos de 80 anos de idade se reúnem para eleger o novo pontífice, em voto secreto e isolados do mundo externo.

A escolha leva em consideração aspectos espirituais, políticos e geográficos. Confira os nomes mais cotados para suceder o Papa Francisco, segundo especialistas vaticanistas:

Pietro Parolin (Itália)

Atual secretário de Estado do Vaticano, é considerado o “número dois” da Santa Sé. Nomeado cardeal por Francisco em 2013, é um diplomata experiente, fluente em quatro idiomas e com forte atuação internacional. Já representou o Vaticano em negociações delicadas, como com China e Oriente Médio.

Matteo Zuppi (Itália)

Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é conhecido por sua postura progressista, diálogo com a comunidade LGBTQIA+ e ações humanitárias. Foi enviado por Francisco para mediar questões ligadas à guerra na Ucrânia e é apontado como um nome próximo ao estilo do Papa falecido.

 

Pierbattista Pizzaballa (Itália)

Patriarca Latino de Jerusalém, é uma das principais vozes da Igreja no Oriente Médio. Trabalha pela paz entre religiões e já defendeu publicamente os direitos dos palestinos. Tem trajetória marcada pelo diálogo inter-religioso e atuação em zonas de conflito.

Jean-Marc Aveline (França)

Arcebispo de Marselha e um dos mais próximos de Francisco na França. Tem forte atuação em temas como migração e diversidade cultural. Foi nomeado cardeal em 2022 e é lembrado pelo perfil conciliador e comprometido com uma Igreja acolhedora.

Péter Erdő (Hungria)

Arcebispo de Esztergom-Budapeste, é visto como representante da ala conservadora da Igreja. Teólogo respeitado, mantém diálogo com igrejas ortodoxas e comunidades judaicas. É influente na Europa Central e defensor da chamada “nova evangelização”.

 

José Tolentino de Mendonça (Portugal)

Atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, o português é poeta, teólogo e integrante da ala progressista da Igreja. Foi arquivista e bibliotecário do Vaticano e é apontado como um intelectual refinado, com forte identificação com o pensamento de Francisco.

Mario Grech (Malta)

Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, tem papel importante na escuta e consulta de temas cruciais da Igreja, como inclusão e modernização. Seu nome cresce entre os que desejam uma continuidade do pontificado de Francisco.

Luis Antonio Tagle (Filipinas)

Cardeal-arcebispo de Manila, é conhecido por seu carisma, proximidade com os pobres e atuação global. Ex-presidente da Caritas Internacional, é um dos nomes mais populares do continente asiático. Apesar de não ter sido nomeado por Francisco, é um dos seus favoritos declarados.

 

Robert Francis Prevost (EUA)

Prefeito do Dicastério para os Bispos desde 2023, é americano de origem e serviu no Peru. Frei agostiniano, tem experiência na formação de lideranças e atua na nomeação de bispos em todo o mundo.

Wilton Gregory (EUA)

Arcebispo de Washington D.C. e primeiro cardeal afro-americano da história. Engajado em causas sociais e raciais, é uma das vozes mais progressistas do episcopado norte-americano. Também se destacou pela atuação contra abusos na Igreja.

Blase Cupich (EUA)

Arcebispo de Chicago, tem perfil pastoral e inclusivo. Foi nomeado cardeal por Francisco em 2016 e defende uma Igreja mais próxima dos marginalizados, além de mudanças em temas polêmicos.

 

Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo)

Cardeal de Kinshasa, é uma das principais lideranças católicas na África. Defensor da justiça social e dos direitos humanos, vem ganhando projeção por sua atuação firme em contextos de instabilidade política.

Leonardo Ulrich Steiner (Brasil)

Primeiro cardeal da Amazônia brasileira, foi nomeado por Francisco em 2022. É defensor das causas ambientais e dos povos originários, além de ser visto como símbolo do cuidado com a floresta e da ecologia integral proposta pelo Papa Francisco.

Sérgio da Rocha (Brasil)

Arcebispo de Salvador e membro do Conselho de Cardeais, é considerado um nome influente dentro do Vaticano. Teólogo moral e pastor experiente, já passou por diversas regiões do país e tem voz ativa nas decisões internas da Igreja.

 

A escolha do próximo papa deve ocorrer nas semanas seguintes à morte de Francisco, durante o conclave. O eleito precisa conquistar dois terços dos votos dos cardeais presentes.

* Marina Dias