Candidatos à Prefeitura respondem: como driblar a sobrecarga do serviço de saúde em Juiz de Fora?

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Série “Voto e Cidadania” abre espaço para que candidatos se posicionem acerca dos desafios envolvendo o atendimento de saúde pública na cidade

Tribuna   Por Mariana Floriano

 

Que estratégias adotar para solucionar os principais desafios da saúde pública em Juiz de Fora? Nesta terça-feira (19), a série “Voto e Cidadania” abre espaço para que os seis candidatos à Prefeitura se posicionem acerca do tema. No último domingo (18), a Tribuna pontuou as principais problemáticas envolvendo o atendimento de saúde no município, que é polo para mais de 760 mil habitantes.

A partir da publicação, uma pergunta foi elaborada e demandada a todos os candidatos nesta segunda-feira (19), às 8h, com prazo estipulado de retorno até às 15h do mesmo dia. As respostas deveriam ter, no máximo, 2 mil caracteres. Não houve qualquer edição da Tribuna no material enviado, a não ser pelo corte do texto na sentença anterior, quando o limite de toques estabelecido em reunião com a presença de todos os assessores não foi cumprido.

A ordem em que os candidatos aparecem na imagem, bem como a de suas respostas nesta matéria, foi definida em sorteio com a presença das assessorias de todos os pleiteantes à PJF.

Com base nos pontos levantados, a questão demandada foi:

Diante da sobrecarga crônica dos serviços de saúde em Juiz de Fora, como você pretende equilibrar o aprimoramento da infraestrutura e atendimento nas unidades existentes com a viabilização de novas instalações e ampliação da atenção à saúde, garantindo um atendimento eficaz à população local e aos 37 municípios que dependem do polo regional de saúde da cidade?

 

Charlles Evangelista (PL)1

A saúde em Juiz de Fora enfrenta desafios significativos, mas estou comprometido em implementar soluções eficazes para transformar essa realidade. Um dos pilares da nossa proposta é o programa Fila Zero para cirurgias eletivas. Com este programa, visamos reduzir drasticamente o tempo de espera para procedimentos cirúrgicos, garantindo que os cidadãos tenham acesso rápido e eficiente aos serviços de saúde que necessitam.
Além disso, reconhecendo a importância de cuidados especializados, planejo viabilizar a construção de hospitais dedicados à saúde da criança e da mulher. Esses hospitais serão equipados com tecnologia de ponta e profissionais altamente capacitados para oferecer um atendimento de excelência, focado nas necessidades específicas desses grupos.
A situação do Hospital de Pronto Socorro (HPS) também está no topo das nossas prioridades. Estamos determinados a encontrar soluções práticas e sustentáveis para melhorar o atendimento e a infraestrutura do HPS, tornando-o mais eficiente e acessível a toda a população.
Outro aspecto crucial é o fortalecimento da atenção primária em saúde. Acreditamos que uma rede de atenção primária robusta é a base para um sistema de saúde eficiente, prevenindo doenças e promovendo o bem-estar da comunidade como um todo.
Por último, mas não menos importante, é a criação da Escola Clínica TEA, um centro especializado para o atendimento de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista. Esta escola oferecerá suporte multidisciplinar, garantindo que essas crianças recebam o cuidado e a atenção necessários para seu desenvolvimento pleno.
Com essas iniciativas, estamos determinados a elevar a qualidade da saúde em Juiz de Fora, tornando-a mais inclusiva, acessível e eficiente para todos os seus cidadãos.

 

Isauro Calais (Republicanos)

2

Aprimoramento da Infraestrutura: Aprimorar a estrutura de saúde em Juiz de Fora, mesmo diante de uma situação caótica, requer uma abordagem estratégica que priorize o uso eficiente dos recursos disponíveis e busque soluções inovadoras.
1 – Realizar uma análise detalhada das unidades de saúde com um diagnóstico para identificar as principais necessidades. Avaliando a infraestrutura física, equipamentos, e a capacidade de trabalho dos profissionais da saúde. 2 – Construir novas instalações, reformar a estrutura atual que está abandonada, construindo um novo hospital de urgência e emergência, UPA do Manoel Honório e Postos de Saúde. 3 – Mapear através de um diagnóstico criterioso as filas de espera: consultas, exames, cirurgias, falta de leitos hospitalares e medicamentos, pois, mesmo com incrementos financeiros, requer uma abordagem multifacetada que envolva a otimização de recursos, a reorganização dos serviços e inovação. Exemplo: informatização de todo sistema de saúde de Juiz de Fora.
Juiz de Fora tem que ser protagonista como referência nos três níveis de Atenção: Como a micro e Macrorregião. Fortalecer a Atenção Primária que representa 60% de todo atendimento. Atuar forte na Atenção secundária, que representa 26% do atendimento da saúde, diminuindo filas de exames e procedimentos. Atacar atenção terciária que hoje representam 14% do atendimento da saúde, garantindo cirurgias eletivas, leitos de UTI, pronto atendimento, procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade.
Nossa cidade sempre foi considerada polo de atendimento de saúde, não podemos permitir que tenham os piores indicadores de atendimento de atenção primária, tendo como destaques saúde bucal, hipertensão, aferição de pressão arterial, diabetes, dosagem de hemoglobina glicada. Exemplo: um exame de glicose que custa menos de dois reais, o paciente leva aproximadamente 90 dias para retornar ao médico que o solicitou, essa demora leva o caso do paciente evoluir para uma internação clínica ou até mesmo UTI pela demora de análise do exame.

 

Victória Mello (PSTU)

3

A saúde é um dos problemas mais sentidos pelos trabalhadores da cidade e a causa principal é a privatização da saúde. É preciso acabar com as terceirizações e contratos temporários, fazer concursos públicos para ter um corpo de servidores estáveis e permanentes. Construir mais UBSs e estender horário de atendimento em todas as unidades. Aumentar e valorizar as equipes de saúde da família para prevenção de doenças, principalmente na população idosa. Cumprir a lei do piso nacional da enfermagem e redução de carga horária para 30 horas. Expropriar clínicas e hospitais privados e colocar a serviço da saúde pública. Nenhum repasse do dinheiro público para o setor privado.

 

Margarida Salomão (PT)

4

Uma intervenção de grande impacto será o novo HPS, um novo ponto de atendimento em urgência e emergência, que será referência especialmente para a Zona Norte da cidade, e nós pretendemos instalar onde hoje são as ruínas do Hospital Regional. Já propusemos ao Governo de Minas Gerais assumir o equipamento assim que ele estiver construído e equipado. Em relação ao atendimento regional, que é da média e alta complexidade, somos referência para mais de 94 municípios que compõem a Macrorregião Sudeste de Minas Gerais em saúde. Vamos manter o funcionamento das UPAs com qualidade. Destaco que o que pretendemos fazer com o novo HPS já foi feito na atual administração, com a nova UPA Nordeste. A unidade opera no Hospital Ana Nery e atende casos de urgência 24/dia, além de cerca de 4.000 consultas mensais em clínica médica e pediatria. Essa região ficou por 10 anos sem atendimento de urgência, com o fechamento das portas do Hospital João Penido e agora tem ampla cobertura de saúde. Por fim, no que diz respeito ao atendimento nos bairros, uma abordagem territorial, nós já ampliamos o atendimento de Saúde da Família, que era de 41% quando nós iniciamos o governo, que agora está em 84%. Por outro lado, também desafogamos a saúde pública ampliando o horário de funcionamento das unidades básicas de saúde, que estão sendo reformadas e cujas obras beneficiarão mais de 72 mil pessoas. Em um novo mandato, nossa proposta é de construir ainda mais unidades, como já fizemos neste ciclo no São Benedito e no Jóquei.

 

Ione Barbosa (Avante)

5

A sobrecarga crônica dos serviços de saúde que se aplicam a filas para realização de consultas, exames e cirurgias eletivas são uma triste realidade de Juiz de Fora. Há um sucateamento que se estende há alguns anos e se agravou excessivamente após a pandemia de Covid-19. Conviver com a espera por atendimento médico é um drama para milhares de pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS).
Reduzir as desigualdades regionais é imprescindível para garantir eficiência, eficácia, humanização e universalização do atendimento não só para Juiz de Fora, mas para todos os municípios que compõem nossa macrorregião. Através da integração efetiva entre a vigilância em saúde, a atenção básica, especializada, hospitalar, de urgência e emergência, conforme as determinações e regulações nacionais do SUS e de seus mecanismos de gestão, de fiscalização de participação e controle social.
A solução passa pela estruturação de um amplo e moderno centro tecnológico de diagnóstico, com a reestruturação e ampliação do atendimento de especialidades, que foi se perdendo nos últimos anos. É preciso ainda encontrar uma solução definitiva para o HPS e promover a integração de atividades de regulação com a Secretaria de Saúde do Estado Minas Gerais e o SAMU, acabando com a interferência política para liberação de vagas. O SUS, bem organizado, tem como acolher as pessoas.
É preciso adotar uma nova abordagem do processo de judicialização da saúde. Muitas vezes as filas não andam como se espera em função de liminares. Dar prioridade é dar acesso, mas para decidir de maneira adequada é necessário estruturar a partir da ciência, com a criação de protocolos de risco, que avaliam caso a caso os diferentes procedimentos.
Por fim, continuaremos o diálogo com o Governo de Minas Gerais para viabilizar uma solução definitiva para o Hospital Regional, garantindo que Juiz de Fora esteja preparada para atender não só sua população local, mas também os municípios que dependem de seu polo de saúde.

 

Júlio Delgado (MDB)

6

As pesquisas sobre as condições do atendimento à saúde pública em Juiz Fora mostram que vivemos um sério e grave problema, mas que não é insolúvel.
Com o comprometimento dos responsáveis pela gestão da saúde em nossa cidade, podemos sim, melhorar bastante o que o governo atual não tem conseguido fazer. Para tanto, é preciso ter bom trânsito e bom diálogo com o governo estadual e com o governo federal para viabilizar as verbas necessárias. Mas apenas isso não basta. É preciso trabalhar e se dedicar durante todo o tempo de mandato, para atender com eficiência aqueles que precisam do poder público e que não estão nada satisfeitos com a situação da saúde em nossa cidade.
Sem saúde não dá pra viver, essa é a verdade. O que estamos vendo é que a atenção primária tem orçamento cada vez mais reduzido, indo na contramão da política de prevenção, o que acaba criando um gargalo na atenção aos casos de média e alta complexidade.
Temos consciência de que o município, sozinho, não consegue realizar todas as obras e melhoramentos que a população tanto necessita. Portanto, antes de construir, precisamos pensar em melhorar a estrutura do que está precário e caindo aos pedaços.
Pretendo colocar em prática logo no primeiro dia de governo, um Plano de Ação Saúde Nota 10, para, com o Conselho Municipal de Saúde, revisar o Plano de Cargos e Salários, mobilizando e sensibilizando os profissionais da saúde para a importância de sua função social. Vamos cuidar de quem cuida!
Meu Plano de Governo contempla ainda a criação do Centro de Atenção à Saúde, na área central da cidade, com uma Clinica de Especialidades e a construção de uma UBS para atender a população das regiões mais próximas ao centro. Somos a cidade-polo de uma microrregião com 37 municípios. Somente com uma estrutura adequada e profissionais qualificados teremos condições de atender com eficiência aqueles que procuram Juiz de Fora. Mas, para isso, é preciso colocar a saúde no caminho certo. Esse é o meu plano.