Ana Marcela Cunha termina em quarto lugar na maratona aquática nas Olimpíadas

Ana Marcela Cunha termina em quarto lugar na maratona aquática nas Olimpíadas
Ana Marcela Cunha fica em 4º lugar na Maratona Áquatica Foto: Luiza Moraes / COB
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Brasileira ficou com o tempo final de 2h04min15seg, 41 segundos atrás da holandesa Sharon van Rouwendaal (2h03min34s2)

O TEMPO Sports

 

Ana Marcela Cunha ficou fora do pódio das águas abertas (maratona aquática) da Olimpíada de Paris-2024. A brasileira foi a quarta colocada na prova dos 10 quilômetros, com o tempo final de 2h04min15seg, 41 segundos atrás da holandesa Sharon van Rouwendaal (2h03min34s2), medalhista de ouro. Ana Marcela representou o Brasil no rio Sena ao lado de Viviane Jungblut, 11ª colocada. A prova é uma das que mais gerava apreensão por causa da qualidade das águas do Sena.

Baiana de Salvador, Ana Marcela Cunha, de 32 anos, começou entre as primeiras colocadas, mas depois se distanciou da liderança. Na metade do percurso, se recuperou e buscou a aproximação. A tentativa, porém, não foi suficiente para ultrapassar a italiana Ginevra Taddeucci, que conquistou o bronze com o tempo de 2h03min42.

A australiana Moesha Johnson foi a líder na maior parte da prova, mas acabou ultrapassada no trecho final por Sharon Rouwendaal. A atleta da Holanda bateu na primeira posição com o tempo de 2h03min34 e foi campeã olímpica pela segunda vez – ela levou o ouro nos Jogos do Rio, em 2016, e foi prata em Tóquio. Johnson acabou com a prata, com a marca de 2h03min39.

“Tenho muito orgulho do que fiz para estar aqui. Queria muito essa medalha, mas estou feliz com meu desempenho. Mais difícil, para mim, foi nadar a favor da corrente, mas depois da última boia, as meninas desgarraram”, disse Ana Marcela em declaração à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

A prova

A primeira volta foi fechada com liderança da australiana Moesha Johnson. Neste momento, Ana Marcela estava distante 18 segundos da líder. Viviane passou na décima posição, com 28 segundos de desvantagem para a ponta.

Rapidamente a disputa passou a ser puxada pela holandesa Sharon van Rouwendaal, ouro no Rio-2016 e prata em Tóquio-2021. A brasileira precisava de um sprint para encostar no trio de frente. A última parcial mostrou uma aproximação de Ana Marcela, enquanto a nadadora italiana distanciou-se da dupla de frente. Mas a recuperação na prova não foi o suficiente, e a brasileira terminou na quarta posição, com tempo de 2h04m15s. Viviane Jungblut fechou em 11ª, em 2h06m15s.

A disputa pelo ouro ficou entre Moesha e Van Rouwendaal. A holandesa assumiu a ponta próximo do fim e até foi ameaçada pela australiana, mas conseguiu o bicampeonato. Em Tóquio-2021, ela chegou ao posto de primeira atleta a conquistar duas medalhas na prova. Agora, passa a ser a primeira a chegar três vezes ao pódio. Moesha Johnson ficou com a prata. Ginevra Taddeucci completou o pódio.

A prova de águas abertas masculina será na sexta-feira, a partir das 2h30 (de Brasília). O Brasil tem Guilherme Costa, o Cachorrão, como representante.

Ciclo difícil para Ana Marcela

Ana Marcela encarou um ciclo difícil depois do ouro em Tóquio-2021. No fim de 2022, ela foi submetida a uma cirurgia no ombro e ficou fora de competições por cerca de cinco meses. Depois, não conseguiu confirmar a vaga em Paris-2024 no Mundial de 2023, em Fukuoka. A confirmação veio no Mundial de Doha, em fevereiro deste ano.

Neste período, a nadadora baiana também mudou de rotina. Ela se mudou para a Itália, onde continuou os treinamentos junto ao técnico Fabrizio Antonelli. Os últimos meses foram dedicados à prova de hoje, inclusive abdicando de participar de etapas do circuito mundial de maratona aquática.

"O 4º lugar é pior que o 5º. É um abismo entre uma medalha novamente e ser por pouco", disse Ana Marcela, com a voz embargada depois da competição, à TV Globo. "Um ano atrás, eu falei para minha família e minha psicóloga que eu queria parar de nadar. Quase deixei de ir para a seletiva olímpica. Foi um ano difícil, mas acho que, a cada treino e prova, eu me superei muito", refletiu.

"Eu sabia que eu tava em 4º, não queria deixar ninguém passar. Mas saio feliz porque em um ano eu me reencontrei no esporte. Tenho que estar feliz. São poucos que estão aqui representando o Brasil. Meu choro é porque não sei se vou ter outra oportunidade", completou a nadadora de 32 anos.