Vídeo de menina com ‘Síndrome de Lobisomem’ viraliza: saiba o que é, sintomas e como funciona

Vídeo de menina com ‘Síndrome de Lobisomem’ viraliza: saiba o que é, sintomas e como funciona
Criança de dois anos é da Malásia; de acordo com médico, o caso raro pode acometer um a cada um milhão de nascidos vivos Reprodução Redes Sociais
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Criança com doença rara, de dois anos, é da Malásia; de acordo com médico, o caso pode acometer um a cada um milhão de nascidos vivos

Itatiaia    Por 

 

Um vídeo nas redes sociais de uma criança, de dois anos, viralizou após sua família usar sua doença rara, conhecida como “Síndrome de Lobisomem”, para conscientizar as pessoas sobre a doença, a hipertricose. A síndrome faz com que pelos cresçam de maneira desordenada pelo corpo, principalmente no rosto. Além do volume de cabelo, Adik Missclyen, que é da Malásia, nasceu sem nariz e precisou ser operada para abrir canais de respiração logo após o parto.

O Professor de Medicina da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana de Minas e dermatologista, Rotsen Caetano, explica o que é a “Síndrome de Lobisomem” e quais são os sintomas e tratamentos.

De acordo com o médico, antes de falar sobre a síndrome da criança, é preciso explicar o que hipertricose, sendo o crescimento aumentado de pelos. "É importante que a gente explicar o que é hipertricose. Trata-se de é uma condição que pode ser adquirida ou congênita, isto é, a pessoa nascer com ela, que envolve um aumento dos pelos. Essa condição pode ser localizada, como, por exemplo, em algumas pintas. Ou mesmo acometer todo o corpo, como é o caso da paciente, que uma hipertricose generalizada desde que ela nasceu, ou seja, congênita. Isso está relacionado há algumas mutações genéticas que podem acontecer e envolver o crescimento anômalo de pelos”, explica o médico Rotsen.

A hipertricose é uma doença rara com poucos casos ao redor do mundo. Estima-se que sua incidência na população seja de uma a cada um milhão.

“Isso é muito, muito raro e pode acometer um a cada um milhão de nascidos vivos. Muitos dermatologistas vão exercer a profissão sem nunca ver um caso desse. Procurei por algum caso semelhante registrado no Brasil ou por algum relato de caso, mas não encontrei”, acrescenta.

Apesar de chamar atenção, em muitos casos a doença não impede o desenvolvimento da pessoa. Em um dos vídeos publicados pela família no TikTok, já são mais de 3,5 milhões de curtidas.

O médico esclarece também, quem a hipertricose pode afetar e que dependendo dos casos, a pessoa precisa raspar ou depilar com laser: “A hipertricose pode afetar homens e mulheres e isso está relacionado há algumas mutações na produção de pelos ou mesmo em uma glândula específica, como, por exemplo, a glândula suprarrenal ou a glândula adrenal. A pessoa que vive com essa condição, geralmente tem que fazer raspagem ou mesmo depilar com laser, porque essa situação pode gerar muito preconceito”.

O Professor de Medicina da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana de Minas e dermatologista, Rotsen Caetano, esclarece também sobre a diferença entre a hipertricose e o hirsutismo, que é o crescimento de pelos em locais não muito comuns, em mulheres.

"É importante também diferenciarmos a hipertricose do hirsutismo, porque muitas mulheres têm hirsutismo. O que seria isso? É um aumento da pelificação - crescimento de pelos - em locais em que geralmente não haveriam na mulher, seria mais no homem, como na região do peito, nas pernas, na região do púbis, nas linhas de coxa. Quando observamos esse tipo de pelificação entre mulheres é o que a gente chama de hirsutismo, que está relacionado à produção ou sensibilidade aumentada à testosterona.

Tratamento e cura

O médico e dermatologista, Rotsen Caetano, explicou sobre o tratamento que depende de caso, para, caso.

“O tratamento vai depender da extensão da doença. Nos casos mais graves, como dessa menina da Malásia, seria muito traumático ficar fazendo raspagem com lâmina ou depilação a laser. Então, em alguns casos, é melhor realmente não intervir por enquanto, porque essa criança não vai entender a gravidade de sua condição”, relata.

“Para quem tem uma melhor situação financeira, é possível fazer o procedimento com a paciente sedada, por exemplo”, acrescentou.

Segundo ele a doença não há cura. “Contudo, o tratamento da hipertricose de causa genética será realmente fazer depilação a laser, entre outras maneiras de tirar o pelo mesmo. Não há uma cura específica para esta doença”.