Suspeitos de sequestrarem advogada no RJ compram carro de luxo e 950 celulares com valor do resgate
Criminosos exigiram o pagamento do resgate, família pagou, mas mulher segue desaparecida; vítima é casada com herdeiro e investe em criptomoedas
Itatiaia Por Fernanda Rodrigues , Maria Fernanda Ramos
Os suspeitos de sequestrarem a advogada e estudante de psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, compraram um carro de luxo no valor de R$ 500 mil, uma motocicleta e 950 celulares com o valor pago pela família da vítima para que ela fosse solta. Porém, a mulher continua desaparecida, mesmo após o pagamento.
Anic sumiu após deixar a casa da filha, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, para ir ao médico no dia 29 de fevereiro deste ano. Em seguida, a advogada foi a um shopping, estacionou o carro e entrou em um outro veículo. Desde então, ela nunca mais foi vista.
A advogada é casada com o professor Benjamim Cordeiro Herdy, de 78 anos, fundador de um complexo educacional em Duque de Caxias e herdeiro do empresário José de Souza Herdy. Ele descobriu o sequestro após receber uma mensagem do sequestrador afirmando que estava com a vítima e que não era para ele acionar a polícia.
Os sequestradores entraram em contato com o empresário diversas vezes. Um deles pediu uma quantia de bitcoins para que ela fosse solta. A família pagou o que foi exigido aos criminosos. Um dia depois de pedirem o dinheiro, eles compraram os itens.
Até o momento, quatro suspeitos do desaparecimento de Anic foram presos. O principal suspeito é Lourival Correa Neto Fatiga, um amigo da família. Ele se aproximou do casal há três anos apresentando-se como policial federal e tinha acesso aos compromissos da família.
Por ser alguém de confiança, Lourival realizava a segurança pessoal da família, tinha acesso a cartões de crédito, às senhas e acompanhou o casal em algumas viagens. Ele teria arquitetado o plano e contou com a ajuda dos filhos e da namorada para executá-lo.
Motivo do sequestro
Uma das teorias sobre o paradeiro de Anic aponta que ela teria sido sequestrada por causa de seus investimentos no mercado de criptomoedas. As autoridades chegaram a deter Lourival Corrêa Netto, que negou ter participado de qualquer ação envolvendo o sumiço de Anic. Segundo a Polícia Civil, Lourival foi responsável por instalar câmeras de segurança na casa em que ela morava com o marido, em Teresópolis.
O Ministério Público do Rio de Janeiro e a polícia acreditam que a advogada foi morta e teve o cadáver ocultado pelos sequestradores. O caso segue sendo investigado pela Delegacia Antissequestro (DAS) da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
*Com informações de Ana Luísa Sales
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