Primeiro dia do Pism 2024 é marcado por trânsito intenso em JF
Candidatos enfrentaram lentidão e grande movimentação nos arredores da UFJF e na região central; no domingo, alunos retornam para segundo dia de provas
Por Cecília Itaborahy Fonte Tribuna de Minas
Cerca de 23 mil alunos participam do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) neste fim de semana. O primeiro dia do Pism 2024, que teve recorde de inscrições neste ano, foi marcado por trânsito intenso nos arredores da UFJF, inclusive nas avenidas que dão acesso aos portões da instituição. Por isso, foi possível identificar congestionamentos já na região central da cidade.
As portas dos locais de realização da prova foram abertas ao meio-dia e fechadas às 13h. Já as provas começaram a ser aplicadas às 13h30 e serão encerradas às 17h30.
Neste primeiro dia, os candidatos dos módulos I e II realizam provas de Língua Portuguesa, Geografia, Matemática e Química. No domingo (10), segundo dia do Pism, as provas abordam Literatura, Biologia, Física e História. Já os inscritos no módulo III têm provas que variam de acordo com a área de conhecido do curso escolhido.
Juiz de Fora recebe alunos de várias cidades
Pessoas de diversos lugares vêm a Juiz de Fora para a realização da prova e chegam cedo às instituições para garantir a entrada sem maiores percalços.
Neste ano, de acordo com a instituição, as inscrições ultrapassaram os 43 mil, o que representa o maior contingente de candidatos na história do programa. Desses, aproximadamente 23 mil realizam a prova em Juiz de Fora, em 29 escolas da cidade, além do campus da UFJF.
Maria Luzia, de 18 anos, é de Pirapetinga, mais de 175 quilômetros distante de Juiz de Fora, e chegou à cidade na tarde de sexta-feira (8) para conseguir chegar à UFJF, onde realizou o módulo III da área de Humanas, mais cedo no sábado.
Já Davi Baungratz, de 17 anos, saiu de Santana do Garambéu, onde mora, às 6h, para chegar às 10h também na UFJF. A cidade fica a 120 quilômetros de Juiz de Fora. “Estou ansioso, ao mesmo tempo que estou confiante, porque fiz o meu processo.” Ele também está no módulo III e pretende cursar Arquitetura.
Júlia Celidônia, de 18, foi a primeira a entrar na sala de aula da UFJF, ao meio-dia, quando os portões se abriram. Uma forma, para ela, de ficar mais tranquila, mediante tanto nervosismo para conseguir entrar no curso de Engenharia de Automação e Robótica.
Júlia Cedônia foi a primeira a entrar na sua sala para realizar prova neste sábado (Foto: Felipe Couri)
Famílias acompanham estudantes
Família fez questão de acompanhar candidata até a UFJF (Foto: Felipe Couri)
Ainda na UFJF, era possível identificar famílias inteiras que fazem questão de estar com os candidatos neste momento. É o caso de Ana Luísa, de 18 anos, que mora em Juiz de Fora e pretende cursar Engenharia Elétrica, e foi para a instituição acompanhada de sua mãe, Patrícia, seu pai, Vinícius, e sua irmã, Maria Júlia.
“Nervosismo sempre bate. Mas me preparei o ano inteiro. Estar com minha família, que me acompanha o tempo todo, acalma bastante. Tê-los é a melhor coisa neste momento”, conta a estudante. Patrícia afirma que vai junto com a filha para passar confiança mesmo, e acredita no potencial dela. “A gente vem para dar força, mas tem certeza que ela vai colher os frutos desse tempo todo.”
As gêmeas Isabela e Isadora Pereira de Oliveira, de 17 anos, fazem o módulo II do Pism e têm a oportunidade de fazer a prova no mesmo lugar, inclusive na mesma sala. Elas contam que estão ansiosas para realizar a prova. “Eu vejo como uma coisa positiva estar na mesma sala, porque uma tranquiliza a outra”, afirma Isadora.
Gêmeas Isabela e Isadora fazem prova na mesma sala e passam tranquilidade uma à outra (Foto: Felipe Couri)
Presença de professores
Professores também marcaram presença nos arredores das instituições. O intuito é, também, acalmar seus alunos. Mathews Krambeck, conhecido como Mago do Pism, o mesmo nome de seu curso preparatório, é de Viçosa e veio a Juiz de Fora para estar com seus alunos. “Esse é um momento de muita tensão e muita ansiedade, e a gente vem para acalmar nossos alunos, dar um abraço carinhoso em cada um. Esse é o dia que eu mais aguardo no ano todo.” Como o curso é on-line, o dia do Pism é ainda a única oportunidade de todos se encontrarem pessoalmente.
Professores acompanharam alunos de Viçosa no primeiro dia de provas do Pism (Foto: Felipe Couri)
Percalços no primeiro dia
À Tribuna, familiares de estudantes que participam do Pism relataram alguns transtornos no primeiro dia de provas.
Segundo Leidiane Matos, de 35 anos, mãe de uma candidata, no bloco D do Instituto de Ciências Humanas (ICH), as portas teriam sido fechadas às 13h08, já que o lugar tinha uma grande fila de alunos. Ela afirma que chegou à instituição às 12h20 com sua filha, candidata, e nenhum aluno tinha entrado até aquele momento.
“Percebi que os candidatos estavam nervosos, porque só 12h30 os portões foram abertos. Por volta de 12h45 muita gente ainda não tinha entrado. Questionei os fiscais. No entanto, eles afirmaram que a entrada deveria ser assim, para olhar os documentos no portão principal, antes de entrar na sala. Para ajudar, comecei a gritar as salas que estavam sendo chamadas para que todo mundo conseguisse ouvir. A gente ficou ali para garantir que todo mundo fosse entrar. E, realmente, todo mundo conseguiu. Mas acho que isso desestabiliza os alunos.” Questionada, a assessoria da UFJF afirmou que não identificou nenhum tumulto no local e que todas as portas foram fechadas às 13h.
Trânsito intenso
Já a irmã de um candidato que realiza a prova do módulo II do Pism contou que, por causa do desvio feito nos arredores da UFJF, o irmão teve que fazer parte do trajeto até a Faculdade de Comunicação a pé. “A gente decidiu não vir de carro, por causa do trânsito, e pegamos o 755, que sai da Zona Norte e chega à UFJF pelo portão Norte. Pegamos um pouco de trânsito, mas conseguimos chegar à José Lourenço Kelmer às 12h08. No entanto, a gente não conseguiu continuar na via, porque tinha um desvio no trânsito. Por causa da hora, a gente viu que não ia chegar a tempo se continuasse nele, e precisou descer andando, desde o início da Rua José Lourenço Kelmer até a Faculdade de Comunicação, onde ele realizou a prova. A sorte é que viemos mais cedo.” Os desvios foram informados pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) na quinta-feira (7).
A reportagem da Tribuna também identificou alguns alunos que não conseguiram entrar para realizar a prova. É o caso de um estudante de Lima Duarte. Ele trabalha na cidade com sua mãe e passou por um problema no trabalho. Além disso, seu pai não conseguiu trazê-lo a tempo, o que fez com que, quando chegasse à UFJF, os portões já estivessem fechados. “É importante ter maturidade e psicológico para pensar que a vida não acaba aqui. A vida não acabou. Amanhã é mais um dia. A gente não pode desistir”, disse.
Segundo dia do Pism 2024
Para este domingo, segundo dia da prova, é importante lembrar de chegar aos locais com antecedência, além levar os documentos necessários, sendo eles o de identificação e o comprovante de inscrição, e caneta, que pode ser preta ou azul e deve ter o corpo transparente. É permitido, ainda, levar régua transparente.
Além dos 23 mil alunos inscritos em Juiz de Fora, outros 20 mil candidatos realizam o processo em outras cidades que recebem a aplicação do exame: Muriaé, Governador Valadares, Petrópolis e Volta Redonda
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