Operação da PF mira grupo que vendia xarope como mel no Sul de Minas
Associação criminosa faturou R$ 4 milhões em 2023
Por O Tempo
A Polícia Federal realiza, na manhã desta quarta-feira (21 de fevereiro), a operação “Xaropel II” no Sul de Minas. A ação tem o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais (PMRv). O objetivo é combater a falsificação de mel e do registro do Sistema de Inspeção Federal (SIF). O produto falsificado era vendido em Minas e também em São Paulo.
Cerca de 80 policiais federais cumprem 16 mandados de busca e apreensão na cidade de Campestre, no Sul de Minas. Na primeira fase da Operação, realizada em novembro de 2021, foram cumpridos 14 mandados e determinado o sequestro de bens dos investigados no valor de R$ 18,4 milhões.
A investigação apontou que o grupo criminoso produz e comercializa o mel falso em empresas sediadas em Campestre e que têm condições precárias de higiene. Para enganar o consumidor, o grupo chegava a colocar favos de mel verdadeiros em algumas embalagens do produto, mas o favo era preenchido com o xarope industrial, extremamente doce e menos propenso à cristalização.
Conforme a PF, o açúcar usado pela associação era adquirido por aproximadamente R$ 3 o quilo e, após a fraude, com a colocação da embalagem falsificada, o “mel” falso era vendido no varejo por até R$ 60 o quilo, um ganho de 2.000%. A adulteração de mel na região é recorrente, mas tem sido combatida continuamente pelas autoridades.
A estimativa da PF é de que o grupo tenha faturado R$ 4 milhões em 2023. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de associação criminosa, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios, invólucro ou recipiente com falsa indicação e falsificação de selo ou sinal público e, se condenados, a pena pode chegar a até 22 anos de reclusão mais multa.
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