Bebê mineira que nasceu com apenas 510 gramas recebe alta da UTI

Bebê mineira que nasceu com apenas 510 gramas recebe alta da UTI
Zaylla Vitorya em berço da ala de pediatria do HC-UFTM, em Uberaba
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Fonte Estado de Minas 

A uberabense Zaylla Vitorya Aquino veio ao mundo em 3 de dezembro do ano passado

“Foi um milagre de Deus ela sobreviver”, considerou a dona de casa Clecilândia de Aquino, de 29 anos, mãe de Zaylla Vitorya, que nasceu em Uberaba, no Triângulo Mineiro, em 3 de dezembro do ano passado, com pouco mais de cinco meses (23 semanas), pesando 510 gramas e com 29 centímetros.

Nessa sexta-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, a bebê recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal (UTIPN) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) e foi transferida para a ala de pediatria.
Sem apresentar nesse momento nenhum problema de saúde, segundo a mãe, Zaylla se alimenta com leite artificial, próprio para bebê prematuro, por meio de sonda, já que o leite da mãe secou. "Ela bebe 40 ml de três em três horas (...) nunca vomitou e toma direitinho. Os médicos me disseram que, após ela aprender a mamar na mamadeira, nós vamos poder ir para casa", contou Clecilândia.

Enquanto conversava com o Estado de Minas, a dona de casa, que já tinha um filho de 7 anos, pediu para a equipe de enfermagem atualizar o peso e o tamanho de sua filha. “Nesse momento (manhã deste sábado, 9/3), Zaylla está com 2,180 kg e 44 cm de comprimento”, comemorou.

“Ela não é muito de chorar. Só chora quando está com fome”, brincou a mãe da pequena guerreira.

“Agora estou bem, mas não foi nada fácil”

A dona de casa contou que, em 3 de dezembro do ano passado, após a sua bolsa estourar, ela passou os momentos mais difíceis de sua vida. “Agora estou bem, mas não foi nada fácil. Quando a minha filha foi para a UTI, os médicos me falaram que as chances de ela sobreviver eram muito pequenas. Mas a minha mocinha é muito forte. Os médicos disseram que ela era a bebezinha mais grave da história da UTI do hospital e a menorzinha”.



Desde o momento que Zaylla foi para a UTI, a mãe dela contou que se apegou muito nas orações. “Quem me ajudou foi Jesus. Sou muito devota de Nossa Senhora Aparecida, entreguei a vida da Zaylla para ela e pedi que cuidasse dela para mim”.

Recorde no HC-UFTM

Segundo nota do HC-UFTM, em 3 de dezembro de 2023, a história do hospital foi marcada por esse nascimento, que entrou para os registros como o menor bebê já atendido na instituição. “Sua prematuridade extrema é desafiadora, por ocorrer quando um bebê nasce com menos de 28 semanas de gestação, mas Zaylla tornou-se um exemplo de esperança e superação para todos que a cercam", diz trecho da nota.

Progresso e evolução surpreendentes

A médica responsável pela UTIPN, Fabiana Barsam, disse que o progresso e evolução de Zaylla foram surpreendentes. “Com apenas 510 gramas ao nascer, a equipe enfrentou grandes desafios para garantir sua qualidade de vida, intensificando cuidados com a pele, cérebro, pulmão e retina. Além disso, a estratégia adotada para garantir o desenvolvimento saudável de Zaylla incluiu: diminuição do ruído e da luminosidade, manuseio mínimo, controle do oxigênio ofertado e o contato pele a pele”.

Ainda conforme a médica, a dedicação da família, em especial da mãe, foi fundamental para o progresso da bebê. “A família da Zaylla é excelente. A mãe fez questão, o tempo todo, do contato pele a pele e de ofertar seu leite, o que foi de extrema importância para Zaylla”, celebrou Fabiana.

Mesmo após a alta hospitalar, o HC-UTFM declarou que a pequena guerreira precisará continuar seu tratamento no hospital, com acompanhamento especializado de Oftalmologia e Pediatria.

“Sua história é um exemplo de superação e esperança, mostrando que, mesmo diante dos desafios da prematuridade extrema, a dedicação e o cuidado podem fazer verdadeiros milagres”, destacou o HC-UFTM.


Recorde mundial

Em 10 novembro de 2021, Curtis Butler, um bebê do Alabama (Estado Unidos), na época com pouco mais de 1 ano de vida, recebeu o título de bebê mais prematuro do mundo a sobreviver pelo Guinness World Records.

Em 5 de julho de 2020, a mãe Michelle Butler estava grávida de 21 semanas (cinco meses) de gêmeos quando foi levada às pressas para o trabalho de parto de emergência no Hospital da Universidade do Alabama em Birmingham.

Apenas Curtis sobreviveu. Já sua irmã, C’Asya, faleceu um dia depois de nascer, devido a complicações em seu quadro de saúde.