Navios da Marinha levaram 2 mil militares e 390 toneladas de donativos para o RS

Navios da Marinha levaram 2 mil militares e 390 toneladas de donativos para o RS
Abastecimento do NAM Atlântico com mantimentos que já chegaram ao Rio Grande do Sul Foto: Marinha do Brasil
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Desde o início das enchentes, a Marinha do Brasil transportou para o RS mais de 390 toneladas de donativos e 130 mil litros de água, além de 2 mil militares, nove navios de guerra, 50 embarcações, 11 helicópteros e 70 viaturas

O Tempo    Por Renato Alves

 

BRASÍLIA – Desde a decretação do estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul, em 1º de maio, a Marinha do Brasil já transportou para o Estado mais de 390 toneladas de donativos e 130 mil litros de água, além de 2 mil militares, nove navios de guerra, 50 embarcações, 11 helicópteros e 70 viaturas. O contingente da força também resgatou cerca de 2.000 pessoas ilhadas em meio às enchentes.

Apenas por meio do Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico e da Fragata Defensora, a Marinha levou ao porto de Rio Grande (RS), no sábado (11), quase 160 toneladas de donativos e três toneladas de medicamentos, 38 viaturas do Grupamento de Fuzileiros Navais, 24 embarcações e 1.350 militares, além de duas estações móveis, capazes de produzir 20 mil litros de água potável por hora.

O NAM Atlântico é o maior navio da Marinha do Brasil e o maior navio de guerra da América Latina. Além dele e da Fragata Defensora, a Marinha deslocou para o Rio Grande do Sul o Navio de Apoio Oceânico (NApOc) Mearim e o Navio-Patrulha (NPa) Benevente, quer levaram quase 54 toneladas de suprimentos, incluindo 36,8 mil litros de água, além de alimentos, ração, material de limpeza, de higiene e de salvatagem. A operação também envolve o Navio-Patrulha (NPa) Babitonga.

Ministério da Saúde e Exército montam 10 hospitais de campanha

O Ministério da Saúde anunciou, na segunda-feira (13), a montagem de mais três hospitais de campanha no Rio Grande do Sul para atendimento emergencial da população atingida pelas enchentes. Com isso, chegará a 10 o número de unidades de saúde provisórias no Estado, contando com aquelas erguidas pelo Exército.

As três anunciadas mais recentemente pelo ministério vão ficar em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre; São Leopoldo, na mesma região; e na capital gaúcha. O de Canoas já está funcionando. Há mais um em Estrela, na Região dos Vales. 

O Exército também já transportou três hospitais de campanha para áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. 

Em Estrela, o módulo desdobrado funciona com 20 médicos entre militares do Exército e profissionais de outros órgãos. A unidade dispõe de seção de triagem, ambulatório, enfermaria com 10 leitos, além de área de emergência e de medicação.

Em Eldorado do Sul, o hospital de campanha tem uma enfermaria com 20 leitos, ambulatório e área de emergência. A equipe inclui 18 militares, entre médicos e operadores de ambulância. 

Já em São Leopoldo, o hospital de campanha suporta 40 leitos, e conta com sala de triagem, ambulatório e emergência. 

Militares do Exército constroem passarela para pedestres

Militares do Exército construíram uma passarela de Arroio do Meio a Lajeado, sobre o rio Forquilha, no Rio Grande do Sul. A instalação provisória foi erguida em função da queda da ponte sobre o rio que ligava os dois lados da rodovia estadual RS 130, durante as enchentes que assolam o Estado há duas semanas.

Essa não é a única intervenção dos militares. Engenheiros do Exército atuam por todo o Rio Grande do Sul, em trabalhos para desobstrução de estradas, reconstrução de pontes e passagens para pedestres. 

O Rio Grande do Sul tem 102 trechos de rodovias federais e estaduais com bloqueios total ou parcial por causa das enchentes, que começaram há duas semanas. Grande parte das interdições é nas estradas que passam pela Serra Gaúcha.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), dos pontos interditados, 56 estão em rodovias federais. Na via que liga Nova Petrópolis a Caxias do Sul, uma ponte cedeu após o nível de água do rio aumentar. 

Confira algumas das ações da engenharia do Exército no RS para liberar estradas e vias nas cidades:

  • Em Sinimbú, o 6° Batalhão de Engenharia de Combate desobstruiu vias, transportando entulho, preparando margens para lançamento de passadeira e transporte de material e pedras trazidos pelas fortes chuvas e enchente dos rios Pardinho e Pequeno.
  • Em Agudo, o 12º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado liberou vias e removeu entulho, o que viabilizou a retomada da circulação de veículos e pedestres, contribuindo para o restabelecimento da integração da cidade.
  • Em Guaíba, os militares da 3ª Companhia de Engenharia Mecanizada utilizam maquinário para apoiar a prefeitura na remoção de entulhos das vias públicas.
  • Em Estrela, vários equipamentos de engenharia estão sendo empregados pelo 1º Batalhão Ferroviário no desbloqueio de vias, na retirada de entulhos e na coleta, transporte e distribuição de donativos e manutenção de pontes e estradas.
  • Por meio da Operação Taquari 2, o Exército Brasileiro atua desde 30 de abril no apoio à população gaúcha que sofre com as chuvas torrenciais. Entre as principais ações dos militares estão o resgate e transporte de desalojados e de ribeirinhos.

Até terça-feira (14), mais de 69 mil pessoas e 10 mil animais haviam sido resgatados por via aérea, fluvial e terrestre. São mais de 31 mil militares, policiais e agentes trabalhando na Operação Taquari 2. Centenas de toneladas de refeições, mantimentos e medicamentos já foram distribuídos, além de milhares de litros de água potável.