Ministério Público investiga crimes de homofobia e corrupção em prefeitura de cidade mineira
Segundo a investigação, um servidor havia usado a gravação de um áudio com cunho sexual para pedir o pagamento de horas extras não realizadas
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou, nesta segunda-feira (25 de novembro), uma operação para apurar denúncias de homofobia, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro na Secretaria de Obras da Prefeitura de Formiga, na Região Oeste de Minas Gerais. De acordo com o MPMG, as investigações, que duraram cerca de um ano e meio, identificaram irregularidades em pagamentos de horas extras não realizadas e o recebimento de propinas para a conversão de férias em valores monetários. O esquema teria sido organizado pelo responsável por um setor administrativo da Secretaria de Obras, com participação de outros servidores do mesmo setor.
A investigação iniciou após a procuradoria descobrir que horas extras não realizadas foram registradas na folha de ponto de um servidor, que havia gravado um áudio contendo mensagens de cunho sexual direcionadas a um vereador de Formiga. Esse áudio foi compartilhado em um aplicativo de mensagens. Ainda segundo o Ministério Público, o esquema envolvia o lançamento de horas extras falsas, cujo pagamento indevido era dividido entre os beneficiados e o responsável pelo setor administrativo, configurando crime de peculato-desvio. As fraudes teriam começado em 2020 e resultaram em valores elevados de pagamentos adicionais em comparação a anos anteriores.
Além disso, foi constatado pelo Ministério Público que o responsável pelo setor solicitava propinas para aprovar a conversão de férias em espécie para outros servidores, prática que caracteriza o crime de corrupção. O nome da operação, “Bilocação”, faz referência à situação dos servidores que, conforme a apuração, estariam recebendo por horas extras enquanto permaneciam em suas residências ou outros locais.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares, com a participação de 18 policiais militares, 17 policiais civis e dois promotores de Justiça. O caso segue em investigação. A operação, conduzida pelo Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Formiga e pelas 2ª e 3ª Promotorias de Justiça da comarca, contou com o apoio das Polícias Civil e Militar.
A prefeitura de Formiga foi procurada pela reportagem e, assim que enviar um posicionamento, essa matéria será atualizada.
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