Juiz de Fora está entre as 10 cidades do país com maior população morando em áreas de risco de enchentes e deslizamentos
Segundo dados do Cemaden, 23,7% dos juiz-foranos moram em locais com risco de desastres. Prefeitura diz monitorar pontos e citou recentes obras de contenção e drenagem.
Por Luiza Sudré, g1 Zona da Mata — Juiz de Fora
Juiz de Fora é a 9º cidade do Brasil com maior população em área de risco de deslizamentos, enchentes e enxurradas, de acordo com o levamento realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O estudo faz parte da Nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e avalia a relação das cidades do país com maior suscetibilidade de deslizamentos e enchentes, considerando o número de pessoas que moram nas áreas mapeadas como de risco geo‐hidrológico.
Ainda de acordo com o Cemaden, Juiz de Fora é a terceira cidade de Minas Gerais com população em área de risco, atrás apenas de Belo Horizonte e Ribeirão das Neves. Ao todo, 1.942 cidades brasileiras estão na lista.
Segundo o levantamento, de 2023, dos 540.756 habitantes juiz-foranos, 128.946 ou 23,7% dos moradores estão em áreas consideradas que apresentam algum risco de deslizamento, enchente e enxurrada. Confira no gráfico:
Municípios do país com maior risco de deslizamentos e enchentes
Pessoas em áreas mapeadas ao risco geo‐hidrológico
Topografia da cidade favorece cenário
O engenheiro ambiental Luiz Evaristo de Paiva explica que o relevo de Juiz de Fora tem uma característica particular de contar com a topografia acidentada, incluindo morros e encostas, o que favorece a chance de riscos:
"Por isso, as construções sobre essas áreas devem ter cuidados especiais, do dimensionamento da estrutura, que chamamos de alicerce, até o bom dimensionamento dos pilares, vigas e lajes, para que a estrutura fique bem sólida sobre o terreno", explicou.
Rua do Bairro Vitorino Braga com barro, entulho e sujeira após chuva forte em Juiz de Fora — Foto: Inácio Novaes/G1
Ele explica que outra alternativa extremamente importante são muros de arrimos para conter essas encostas, em medidas estruturais:
"Além disso, é importante procurar a orientação de um profissional técnico ou mesmo a Defesa Civil para que o interessado possa construir a moradia de forma segura e resistente", orientou.
Prefeitura diz que monitora áreas de risco
Em nota, a Prefeitura informou que a Defesa Civil passou por processo de reestruturação, com adoção de medidas de monitoramento das áreas de risco. Conforme a pasta, são realizadas “vistorias preventivas e de monitoramento semanalmente, nas quais é possível orientar a população e encaminhar ações necessárias para redução do risco, como a implantação de leiras para desvio das águas pluviais, calafetação de trincas e a instalação de lonas”.
Ainda segundo a Prefeitura, como órgão gestor de risco, a Defesa Civil coordena o Plano de Contingência Para o Período Chuvoso, que estabelece um conjunto de medidas que devem ser colocadas em ação em casos de emergência e garante mais efetividade às ações de resposta.
A nota também reforçou as recentes obras de contenção e drenagem realizadas, como os trabalhos executados nos bairros Industrial, Santa Luzia, Dom Bosco, Benfica e na Rua Cesário Alvim
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