Itamaraty pede para 21 mil brasileiros deixarem o Líbano
Comunidade internacional teme escalada militar regional entre o Irã e seus aliados, de um lado, e Israel, de outro, na esteira da guerra de Gaza
O Tempo Por Renato Alves
BRASÍLIA - O Itamaraty publicou nota pedindo para brasileiros deixarem o Líbano. O Ministério das Relações Exteriores também recomendou que sejam evitadas viagens ao país do Oriente Médio. Os alertas foram publicados no domingo (25), em função do aumento da troca de mísseis entre o Líbano e Israel e o temor de uma guerra regional.
No domingo, a embaixada do Brasil em Beirute, capital do Líbano, divulgou recomendações aos cerca de 21 mil brasileiros que moram no país, sendo a maior comunidade do Brasil nesta região.
“A embaixada recomenda aos cidadãos que residem no Líbano, ou que passam por ele, que deixem o país pelos seus próprios meios até que as coisas voltem ao normal”, diz o informe, acrescentado que os brasileiros que decidirem ficar no país não devem ficar na região sul, nas zonas fronteiriças e outras áreas consideradas perigosas, onde se concentram os ataques.
O comunicado pede ainda que os brasileiros sigam as instruções das autoridades locais; reforcem medidas de precaução; não participem de comícios e protestos; certifiquem-se que o passaporte está válido pelos próximos seis meses e atualizem todos os dados de registro na embaixada brasileira.
Temor de guerra regional
A comunidade internacional teme uma escalada militar regional entre o Irã e seus aliados, de um lado, e Israel, de outro, na esteira da guerra de Gaza, onde, depois de 10 meses, ainda não se chegou a um cessar-fogo.
Israel afirmou ter frustrado um ataque a bomba em grande escala do Hezbollah no Líbano no domingo, mas o movimento islamista alegou que conseguiu lançar centenas de drones e foguetes contra posições israelenses em retaliação ao assassinato de um de seus líderes.
Chefe do Hezbollah, Hasan Nasrallah, anunciou que o ataque lançado por seu grupo no domingo teve como alvo principal uma base de inteligência militar israelense perto de Tel Aviv. O “principal alvo da operação” foi “a base de Glilot, a principal base de inteligência militar israelense” a “110 km da fronteira” com o Líbano, disse Nasrallah em um discurso televisionado.
Ataques começaram um dia após invasão do Hamas
O Hezbollah começou a lançar foguetes contra Israel em 8 de outubro, um dia após o ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel, que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza.
Lideranças do Hezbollah defendem que os disparos devem continuar enquanto Israel seguir com sua campanha no enclave palestino. Nos últimos dias, os ataques têm se intensificados, em parte em resposta ao assassinato, no Líbano, do líder do Hezbollah Fuad Shukr.
A violência transfronteiriça deixou centenas de mortos, principalmente no Líbano, e forçou o deslocamento de milhares de pessoas em ambos os países. No Líbano, 605 pessoas morreram, a maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 131 civis, segundo um balanço da AFP.
Em Israel e nas Colinas de Golã anexadas, as autoridades afirmam que morreram 23 soldados e 26 civis.
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