Israel e Hezbollah têm novos ataques em meio a temor de conflito amplo

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© REUTERS/Lisi Niesner
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Forças israelenses atingiram dezenas de alvos do grupo armado à noite

Maya Gebeily, Tom Perry e James Mackenzie - Repórteres da Reuters

 

Israel voltou a atacar alvos do Hezbollah no sul do Líbano e seu inimigo, apoiado pelo Irã, atacou instalações militares no norte de Israel nesta terça-feira (24), aumentando os temores de um conflito total depois que o Líbano sofreu seu dia mais mortal em décadas.

Os militares de Israel disseram que atingiram dezenas de alvos do Hezbollah durante a noite, um dia depois de realizar ataques aéreos contra o grupo armado que, segundo as autoridades libanesas, mataram 558 pessoas, incluindo 50 crianças e 94 mulheres, e feriram 1.835. Dezenas de milhares de pessoas fugiram em busca de segurança.

"Na última hora, aviões de guerra bombardearam alvos do Hezbollah no sul do Líbano, incluindo lançadores de mísseis, prédios militares e prédios onde as armas estavam armazenadas", publicou o porta-voz do Exército israelense Avichay Adraee na rede X.

O Hezbollah afirmou ter atacado vários alvos militares israelenses durante a noite, incluindo uma fábrica de explosivos a 60 km de Israel, que foi atingida com foguetes Fadi por volta das 4h (horário local). Disse que também atacou o campo de aviação de Megiddo, próximo à cidade de Afula, no norte de Israel, três vezes.

Após quase um ano de guerra contra o grupo militante palestino Hamas em Gaza, na fronteira sul, Israel está mudando seu foco para a fronteira norte, onde o Hezbollah tem disparado foguetes contra Israel em apoio ao Hamas, que também é apoiado pelo Irã.

Com a região cada vez mais ameaçada, mais de 30 voos internacionais de e para Beirute foram cancelados hoje, de acordo com o site do Aeroporto Internacional Rafic Hariri. Entre as companhias aéreas afetadas estão Catar Airways, Turkish Airways e algumas dos Emirados Árabes Unidos.

Alguns hospitais libaneses estão sobrecarregados pelo número de feridos, disse um funcionário da Organização Mundial da Saúde no Líbano, e o principal hospital de Haifa transferiu as operações para uma instalação subterrânea depois que a cidade israelense foi atacada na segunda-feira.

"Estamos vendo dezenas de milhares (de deslocados no Líbano), mas prevemos que esses números comecem a aumentar", disse o porta-voz da agência de refugiados da ONU, Matthew Saltmarsh. "A situação é extremamente alarmante."

Preocupação internacional

Os apelos à diplomacia estão crescendo à medida que o conflito se agrava. O chefe de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, pediu a todos os Estados e atores com influência que evitem nova escalada no Líbano.

Questionada sobre relatos de que Israel havia avisado as pessoas, por meio de mensagens telefônicas antes dos ataques, uma porta-voz de Turk manifestou preocupações sobre a situação.

"Os métodos e meios de guerra que estão sendo usados levantam preocupações muito sérias: "Se você enviou um aviso, se está dizendo aos civis para fugirem, isso não significa que seja correto atacar essas áreas, sabendo muito bem que o impacto sobre os civis será enorme", disse a porta-voz Ravina Shamdasani em Genebra.

A Rússia afirmou que os ataques israelenses ao Líbano podem desestabilizar completamente o Oriente Médio, produtor de petróleo.

Os combates aumentaram os temores de que os Estados Unidos, aliado próximo de Israel, e a potência regional Irã, que tem representantes em todo o Oriente Médio - Hezbollah, Houthis no Iêmen e grupos armados no Iraque - sejam arrastados para uma guerra mais ampla.

(Reportagem adicional de Clauda Tanios, Nadine Awadallah, Miro Maman e Ronen Zvulun)