'Gatos' de energia causaram mais de R$ 142 milhões em prejuízo para a Cemig em 2023

'Gatos' de energia causaram mais de R$ 142 milhões em prejuízo para a Cemig em 2023
A Polícia Civil deflagrou a operação Curto-Circuito Foto: PCMG/Divulgação
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Ao menos oito estabelecimentos suspeitos da prática foram identificados; uma pessoa foi presa

O Tempo    Por Bruno Daniel

 

Oito empresas de Belo Horizonte e Região Metropolitana são suspeitas de causarem um prejuízo milionário à Cemig por meio de furto de energia. Só no ano passado, conforme a companhia, as perdas causadas pelos 'gatos' somaram R$ 142 milhões. Um proprietário de uma das empresas que praticaram a ação foi preso em flagrante, mas pagou fiança e vai responder pela ação em liberdade.

Os furtos foram identificados por meio de auditorias da própria Cemig, nas quais foram identificadas discrepâncias entre consumo e preço da conta de luz dos estabelecimentos. A companhia acionou a Polícia Civil de Minas Gerais, que deflagrou a operação Curto-Circuito. As oito empresas identificadas até agora são de Belo Horizonte, Contagem e Betim e atuam em ramos variados, como pacificação, atividade física, indústria e comércio em geral. 

"Eles têm várias formas de agir. Ou eles abrem o medidor, rompem o lacre e fazem o gato com um dispositivo que desvia parte da energia, ou fazem instalação bypass, na qual fazem um furo no medidor e causam um curto-circuito, fazendo a medição parar" explica o chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), delegado Felipe Freitas.

Quatro das oito empresas identificadas na ação foram visitadas na última terça-feira (21). A operação da Polícia Civil de Minas Gerais continua para identificar outras empresas que possam estar furtando energia. A ação deve se espalhar para o interior de Minas Gerais.

 

Crime recorrente

Uma das empresas alvo da polícia é uma padaria no bairro Arvoredo em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, cujo proprietário foi preso. 

"O dispositivo estava atuando e o furto estava acontecendo. E já era a quarta vez que a Cemig identificava esse tipo de ação. Ele nega e fala que não sabe quem fez a adulteração. Mas pelo elemento de informação que temos, só duas equipes têm acesso a esse local. E o beneficiado é o proprietário, que é reincidente", detalha o delegado do Depatri, Daniel Couto.

O homem preso em flagrante vai responder em liberdade, após pagar fiança. Ele pode ser indiciado pelo crime de furto de energia qualificado por rompimento de obstáculo, cuja pena varia de dois a oito anos de prisão. Mas o suspeito também pode responder por sonegação e lavagem de dinheiro, de acordo com o delegado Felipe Freitas.

 

Peso no bolso

A Polícia Civil reforça a importância de combater este crime, já que pode provocar aumentos na conta de luz, devido aos prejuízos que a Cemig sofre com a ação. "Esse preço vai ser embutido no preço do quilowatt. Também gera danos à rede elétrica, provoca a necessidade de uma manutenção e gera um outro gasto, que é a da manutenção de rede, que também deságua em nós, consumidores", o delegado Felipe Freitas.

"Quando se faz o gato, tem o enriquecimento ilícito e gera um lucro indevido para a empresa, já que ela esta pagando menos pela energia. Isso pode caracterizar sonegação e lavagem de dinheiro", explica.