Adolescente rompe silêncio, e padrasto vai preso por estuprá-la por 4 anos em BH
Agressor abusava da menina quando a mãe não estava por perto
O Tempo Por Isabela Abalen
O desabafo de uma adolescente de 15 anos à mãe revelou uma situação de abuso sexual que durou quatro anos em segredo, situação forçada por ameaças feitas pelo agressor. O padrasto da menina, em um relacionamento com a mãe, se aproveitava quando estava a sós com a adolescente para estuprá-la. Mesmo com o abuso tendo sido descoberto no final do ano passado, o homem, de 30, foi preso neste sábado (17 de fevereiro) em um apartamento alugado no bairro Santa Mônica, região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
De acordo com a delegada Larissa Mayerhofer, os casos de abuso ocorriam com frequência desde que a adolescente tinha 11 anos. A jovem disse que não conseguiu denunciar antes porque era ameaçada pelo padrasto. Em uma das situações, inclusive, o homem jurou que iria matá-la caso outras pessoas ficassem sabendo dos estupros.
“Essa menina resolveu tomar coragem e contar para a mãe que ela vinha sendo estuprada pelo padrasto. Quando contou, a mãe deu fim ao relacionamento, e o homem saiu de casa. De imediato, nós instauramos o inquérito policial e pedimos medida protetiva contra o agressor”, diz a delegada.
Com um mandado de prisão preventiva em aberto contra o homem desde o final do ano passado, ele conseguiu ficar escondido em uma imóvel na região de Venda Nova até ser descoberto pela rede de inteligência da Polícia Civil nesse sábado (17). O agressor não resistiu à prisão, mas negou as acusações e tentou colocar a culpa na vítima, segundo informou a delegada Larissa Mayerhofer.
O homem já possui passagem criminal por furto e envolvimento com o tráfico de drogas. Ele foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável e pode pegar pena de reclusão de 8 a 15 anos
Abuso dentro do ciclo familiar é comum e precisa de atenção, diz delegada
A delegada Mayerhofer chama atenção dos pais de crianças e adolescentes para a ocorrência de abuso sexual e outras violências dentro do ciclo familiar. Segundo a policial, esse é o caso mais comum.
“O que mais acontece é o agressor ser do núcleo familiar, abusar da confiança da família. Por isso, o diálogo com as crianças, com os adolescentes, é importantíssimo. Escutem seus filhos, fiquem atentos aos sinais. Às vezes, eles estão pedindo ajuda por meio de sinais. Se estão muito quietos, se têm algum comportamento novo, estranho”, alertou.
Como denunciar
- Denúncias podem ser feitas por meio da Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (disque 180) ou do Disque-Denúncia Unificado (disque 181).
- O registro da ocorrência pode ser feito na delegacia policial mais próxima ou em Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs). Em Belo Horizonte, há uma unidade na Avenida Barbacena, 288, Barro Preto.
- Pela Delegacia Virtual, podem ser registrados casos de ameaça, lesão corporal e vias de fato, além de descumprimento de medida protetiva. Por meio da plataforma digital, as vítimas ainda podem solicitar a medida protetiva enquanto estiverem fazendo o registro.
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