Falso mestre e doutor é desmascarado pela polícia e demitido de colégio em MG

Homem de 49 anos apresentou formações e até artigos fictícios para conseguir cargo em colégio particular de Araxá. Caso começou a ser investigado após denúncia anônima.
Por g1 Triângulo — Araxá
Um homem de 49 anos que alegava ter títulos de mestre e doutor está sendo investigado por falsidade ideológica em Araxá . A Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do suspeito e no colégio particular onde ele trabalhava.
Segundo o empregador, o suspeito que não dava aulas e trabalhava há alguns meses no local foi demitido.
A polícia passou a acompanhar o caso após uma denúncia anônima. Durante as investigações, foi apurado que os diplomas de mestrado e doutorado apresentados pelo suspeito são falsos. Foram apreendidos um notebook, um tablet, dois celulares e diversas documentações.
Ainda conforme a Polícia Civil, o homem já responde por mais de cinco processos de falsidade ideológica em diversos estados do país. Ele atuava em instituições de ensino apresentando dados falsos, desde a sua formação até artigos publicados.
O delegado responsável pelas investigações, Sandro Montanha de Souza Negrão, informou ao g1 que as investigações continuam e estão em fase inicial. O nome do suspeito não foi informado porque o processo corre em segredo de Justiça.
O crime
O crime de falsidade ideológica está previsto no artigo 299 do Código Penal, como sendo o ato de "omitir a verdade ou inserir declaração falsa, em documentos públicos ou particulares, com o objetivo de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato".
Ainda segundo a Polícia Civil, o suspeito está sendo investigado pelo crime tipificado no artigo 304 do Decreto Lei 2848/40, que se refere a fazer uso de qualquer a papéis falsificados ou alterados, no caso, especificamente em documentos, ao que se refere o artigo 299.
O que diz a instituição
Em nota, a Rede Salesiana, responsável pelo Colégio Dom Bosco de Araxá, informou que foi surpreendida com a ação policial, e que se dispôs a contribuir nas investigações policiais. Afirmou ainda que a instituição foi lamentavelmente vítima, mas que isso "não implica ou implicará qualquer prejuízo institucional ou à comunidade acadêmica, haja vista que a substituição do profissional já está em andamento."
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