Escolas dos EUA enfrentam alta de ‘deepfakes'; saiba o que é e como evitar

Escolas dos EUA enfrentam alta de ‘deepfakes'; saiba o que é e como evitar
Deepfake permite criar conteúdo falso em vídeo com aparência bastante real Deepfake permite criar conteúdo falso em vídeo com aparência bastante real toefotofreepik/Freepik

Deepfakes são imagens geradas por inteligência artificial, geralmente utilizadas com intuito de criar informações falsas

Itatiaia    Por  

 

As imagens geradas por inteligência artificial tem causados muitos problemas nas escolas dos Estados Unidos. As chamadas ‘deepfakes’ têm sofrido um aumento nos últimos meses, conforme o jornal The New York Times, e a situação preocupa pais e alunas dessas escolas, que são os principais alvos.

No Brasil, a preocupação com essas imagens também tem crescido. Várias pessoas, sobretudo famosos, já foram vítimas de uso dessas imagens sem autorização, como foi o caso do apresentador Pedro Bial, que teve a imagem associada a uma propaganda de um remédio “milagroso” contra a calvície.

Mas, afinal, o que são as deepfakes e qual o impacto delas?

As deepfakes são o uso, criação ou manipulação de imagens para promover atos ilícitos, crimes ou para causar constrangimento, segundo a advogada Isabela Thebaldi, coordenadora dos cursos de Direito da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh).

Essas imagens podem ser criadas para vários intuitos, mas, na maioria das vezes, são para gerar informações falsas. Elas são criadas a partir de ferramentas de inteligência artificial que têm a capacidade de manipulação de vídeo, imagem e som, explicou o professor dos cursos de Tecnologia da Informação do Centro Universitário Una, Flávio Souza. Ele recomenda, principalmente, que as pessoas tomem cuidado com a vida exposta nas redes sociais.

“Sua super exposição pode gerar insumos que podem ser usados nesse tipo de situação”

Flávio Souza, professor dos cursos de Tecnologia da Informação do Centro Universitário Una

Para evitar, a advogada recomenda que as configurações de privacidade e segurança em contas on-line sejam revisadas. “Tenha atenção em quais locais você posta conteúdo. Considere medidas adicionais, como autenticação de dois fatores e monitoramento regular de atividades suspeitas”, afirmou.

No momento, segundo a advogada, tramita no Congresso um projeto de lei que cria o crime de adulteração maliciosa de vídeos e áudios para ser inserido no artigo 308 do Código Penal. Além disso, a pessoa que cria deepfakes pode responder por crimes contra a honra, como calúnia, injúria e difamação.

A advogada deu dicas para evitar vazamento de fotos e, consequentemente, criação de deepfakes:

  1. Denuncie para plataforma que a imagem foi postada sobre a fraude;
  2. Documente, salve cópias e se necessário faça um registro através de uma ata notarial em cartório de notas ou através da tecnologia blockchain;
  3. Dependendo da gravidade do deepfake também é importante informar as autoridades policiais, principalmente porque pode se tratar de um esquema em cadeia e a denúncia de cada uma das vítimas colabora com a investigação;
  4. O acompanhamento de um advogado também pode ser útil e importante para auxilio nessas medidas e uma eventual ação judicial criminal ou de indenização na esfera cível, como danos morais.