Dia Mundial do Fígado: tratamento de doenças hepáticas custa R$ 300 mi ao país

Dia Mundial do Fígado: tratamento de doenças hepáticas custa R$ 300 mi ao país
Foto ilustrativa de um transplante de fígado — Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil/Arquivo
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp
Receba as notícias do MCM Notícias MG no Whatsapp

Levantamento inédito traçou raio-x de como as enfermidades relacionadas ao fígado têm afetado a população

Por O Tempo

 

As doenças hepáticas, aquelas relacionadas ao fígado, são responsáveis por uma a cada 33 mortes no Brasil. O número representa 3% de todos os óbitos registrados no país. Para tratar as enfermidades ligadas ao órgão, os governos precisam investir R$ 300 milhões por ano. As informações são do Ministério da Saúde.

Neste 19 de abril, data em que celebra o Dia Mundial do Fígado, um estudo inédito, divulgado pela UFMG, traçou um raio-x das doenças hepáticas conforme a região, gênero e raça. Levando em consideração os dados copilados de 1996 a 2021, a pesquisa mostrou que o câncer de fígado é o que registra maior número mortes. Seguida por doença hepática alcoólica, fibrose e cirrose e hepatite viral crônica.

Na região Nordeste, a causa mais comum é a doença hepática alcoólica. Enquanto nas regiões Norte e Sul destacam-se o câncer de fígado. Para o pesquisador André Oliveira, o estudo revela a disparidade de acesso ao diagnóstico e tratamento de doenças do fígado no Brasil. Pacientes da região Norte, por exemplo, não tem acesso ao transplante de fígado, sendo necessário se deslocar para outras regiões, quando necessário.

O estudo ainda revelou a alta mortalidade das doenças hepáticas em comparação com os EUA e países na Europa. Além disso, os dados sugerem que é necessária uma revisão na forma como este valor é investido no Brasil. A pesquisa apontou que o maior gasto foi associado ao grupo de procedimentos da categoria transplante de fígado (68% do total), seguido de procedimentos clínicos (25% do total) e cirúrgicos (5,8% do total). 

Gastos com hospitalização, medicamentos e tratamentos também chamaram a atenção. “Sabemos o quanto o transplante é importante para salvar vidas, mas ele é a última etapa deste processo. Precisamos investir no diagnóstico precoce, em um melhor acesso da população aos tratamentos e em conscientização quanto ao estilo de vida, uma das grandes causas das doenças hepáticas”, alerta a pesquisadora Maria de Fátima Leite, professora do departamento de Fisiologia e Biofísica da UFMG.

Ela lembra o quanto o estilo de vida é um importante ponto de partida para mudar esta realidade. “O estilo de vida do brasileiro se releva nestes dados: alimentação inadequada, consumo excessivo de álcool, infecções virais são fatores que comprometem a saúde do fígado”, declara.