Casos prováveis de dengue crescem 12 vezes em um ano em JF
Município registrou 1.500 notificações da doença durante 2023; em 2022, foram 122 notificações para a doença na cidade, de acordo com Secretaria de Estado de Saúde
Fonte: tribuna de Minas Por Leticya Bernadete
Durante 2023, Juiz de Fora registrou pelo menos 1.508 casos prováveis de dengue, de acordo com Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) nesta terça-feira (2). O número é cerca de 12 vezes maior do que o relatado em 2022, quando o município teve 122 notificações da doença. Além disso, a cidade contabilizou pelo menos um óbito por dengue durante o ano passado, enquanto em 2022 foram duas mortes.
O boletim mais recente divulgado pela SES-MG se refere ao registrado até a Semana Epidemiológica de 24 a 30 de dezembro de 2023 e traz um aumento de 17 casos de dengue em comparação com a anterior, de 17 a 23 de dezembro. Em relação ao período de um mês, houve um acréscimo de 35 notificações da doença, já que o boletim divulgado no dia 4 de dezembro registrou 1.473 casos em Juiz de Fora.
Além da dengue, Juiz de Fora também contabilizou 24 casos de chikungunya durante 2023. Em 2022, foram nove notificações para a doença na cidade.
Combate
Questionada sobre ações para evitar o aumento nas notificações, a Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou que o município segue sendo o que registrou o menor número de casos entre as dez maiores cidades de Minas Gerais. Além disso, a pasta informou que Agentes de Combate a Endemias continuam realizando as ações de prevenção, monitoramento e bloqueio de focos.
“Assim como em todo o estado, houve um aumento no número de casos em relação ao ano anterior devido a uma maior circulação da doença. Seguimos, mesmo assim, com números bem abaixo das médias históricas e no comparativo com outros municípios”, diz a Secretaria em nota. “A Prefeitura segue reforçando a vistoria dos imóveis, desenvolvendo ações de educação em saúde e sensibilização da população, para eliminação e cuidado com os possíveis criadouros do mosquito.”
Pneus tendem a ser ótimos criadouros para o mosquito da dengue, pois acumulam água limpa com facilidade (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)
Médio risco
O último Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LirAa) de 2023, realizado pela PJF em outubro, apontou que o município registrou índice de infestação de 3,2. Este número é classificado como de “médio risco” pelo Ministério da Saúde.
Na época, a PJF havia informado que a maioria dos focos estava dentro das residências. O tipo de depósito mais frequente identificado foi em banheiros/vasos sanitários em desuso, pneus, lixos, ralos, vasos/frascos com água, pratos, garrafas retornáveis, considerados como depósitos móveis. Em seguida, foram identificados focos em obras, calhas e estruturas abandonadas ou em desuso.
Casos em Minas
O boletim da SES-MG aponta que Minas Gerais teve, pelo menos, 315.618 casos confirmados de dengue em 2023. Além disso, foram 197 óbitos confirmados no estado, além de 73 mortes em investigação. Em relação à Chikungunya, foram registrados 78.786 casos. O boletim também confirma 46 óbitos pela doença em Minas Gerais e aponta que 18 estão em investigação. Quanto ao vírus Zika, houve 46 confirmados para a doença e não há óbitos causados por ela no estado, até então.
Alerta para verão e período chuvoso
Matéria publicada pela Tribuna no dia 12 de dezembro de 2023 mostra que, com o período chuvoso e as altas temperaturas, chegam também os alertas para a proliferação do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. O Governo federal divulgou uma previsão dos estados que devem registrar nível epidêmico de dengue em 2024 e Minas Gerais está na lista.
Diante da possibilidade do aumento no número de casos de arboviroses, a SES-MG divulgou recentemente que irá destinar R$ 16 milhões aos municípios mineiros para a compra de equipamentos, como drones, que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do Aedes aegypti. Do montante, Juiz de Fora deverá receber cerca de R$ 1,8 milhão para investir em ações de combate ao mosquito.
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