Brigadeirão envenenado: psicóloga fazia programa e temia que mãe descobrisse, diz cigana
Cigana foi presa por suspeita de participação no crime, mas a psicóloga está foragida
Itatiaia Por Rômulo Ávila
Suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, de 45, com um brigadeirão envenenado, psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, fazia programa sexual, temia que a mãe descobrisse e, por isso, pagava a cigana Suyany Breschak para fazer trabalhos de ‘limpeza espiritual’. Os detalhes da relação entre a suspeita e a cigana estão no depoimento e foram divulgado pelo programa Fantástico desse domingo (2).
A cigana foi presa por suspeita de participação no crime, mas a psicóloga está foragida.
O depoimento de Suyany reforçou a suspeita da polícia sobre um possível envenenamento."Ela me disse: ‘Não estou mais aguentando esse porco, esse nojento, eu vou matar ele '", disse a cigana, que falou ainda sobre a limpeza espiritual.
“Ela pegava e pedia para mim sempre banho, limpeza, descarrego para ele [Luiz Marcelo] não descobrir que ela estava fazendo o programa, para mãe não descobrir que ela estava fazendo programa”, continuou.
A cigana ainda revelou que Júlia tinha uma dívida de R$ 400 mil com ela. Suyany revelou também que conversou com Júlia após a morte do empresário e que a cliente teria assumido o crime. Ela ainda detalhou que Júlia colocou o medicamento Dimorf moído no brigadeirão.
O advogado da cigana garante que a cliente não tem qualquer relação com o crime.
Entenda o crime
Luiz foi dado como desaparecido no dia 17 de maio. Câmeras de segurança flagraram Júlia e Luiz Marcelo no dia da morte do empresário. As imagens, gravadas pelas câmeras de monitoramento do prédio onde o casal morava, no bairro Engenho de Dentro, na Zona Norte da capital, flagraram a vítima com o doce em mãos, dentro do elevador.
A primeira imagem é do dia 17 de maio, dia da morte do empresário. Às 17h04, o casal aparece no elevador do prédio com duas cervejas e um prato em mãos. Os dois descem até a portaria e voltam 40 minutos depois. Às 17h46, o casal aparece novamente no elevador já sem as cervejas, mas ainda com o prato. Para a polícia, existe a possibilidade do prato conter o brigadeiro envenenado. Neste mesmo dia, Luiz Marcelo come o brigadeirão e morre.
O laudo da necrópsia não determinou a causa da morte. No entanto, os peritos identificaram uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. De acordo com o laudo, Luiz morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Com isso, a polícia acredita que Júlia chegou a dormir na mesma casa onde estava o cadáver durante todo o fim de semana dos dias 18 e 19 de maio.
No dia 19, as câmeras do prédio filmaram Júlia dentro do elevador, vestida com uma roupa de academia. Às 10h53, ela volta para o apartamento sozinha e parece mandar um áudio ainda dentro do elevador. No dia seguinte, em 20 de maio, Júlia aparece deixando o prédio com uma mala.
Na fuga, a suspeita teria levado os pertences do empresário e o carro dele. Nesse tempo, ainda segundo a polícia, ela chegou a enviar mensagens pelo celular do empresário se passando por ele. No mesmo dia, após Júlia fugir, o corpo do empresário foi encontrado no apartamento. Vizinhos chamaram a polícia após sentirem um cheiro forte no local.
Pertences do empresário foram vendidos
Durante as investigações, a polícia descobriu que o veículo da vítima foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. O homem que comprou o carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pelo empresário, transferindo o bem.
Com o mesmo homem que comprou o veículo foram encontrados o telefone celular e o computador do empresário. Ele foi preso em flagrante por receptação. A partir daí, os policiais chegaram à cigana Suyane Breschak que confessou ter ajudado a dar fim aos pertences de Luiz.
Contra Suyane, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado nessa quarta-feira (29). A Polícia Civil segue com as buscas pela namorada da vítima, principal suspeita de cometer o crime.
Suyany Breschak se apresentava como Cigana Esmeralda na internet e fazia sucesso nas redes sociais, em uma delas a mulher tinha quase 700 mil seguidores. Na descrição do seu perfil, ela dizia ser “cigana legítima de berço”. Suyany chegava a cobrar até R$ 1.000 para fazer uma “amarração do amor”. À polícia, a mulher disse que Júlia estaria devendo R$ 600 mil a ela, por isso a ajudou.
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