Bomba caseira explode em terminal de ônibus em SP; veja como teria sido a detonação

Artefatos tinham panfletos de teor político atribuídos ao PCdoB, que nega qualquer vínculo com a ação
O Tempo Por Lucas Lacerda / Folhapress
A explosão no terminal Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (12), pode ter sido causada por um artefato caseiro. A detonação pode ter sido feita por meio de um timer, já que, nas imagens, é possível ver uma uma mulher correndo antes da explosão.
A concessionária que administra o terminal afirmou que, por volta das 5h30, duas sacolas foram deixadas por um homem em uma das plataformas do terminal. Uma delas gerou uma pequena explosão, que não deixou feridos.
Para o ex-comandante do esquadrão antibombas do Batalhão de Operações Especiais da PM do Pará, César Mello, o explosivo era um artefato caseiro. "Não é um explosivo industrial, como uma granada ou um TNT, por exemplo. A construção foi bem simples, com uma fonte de energia de pilha de 12 volts, que ficou intacta após a detonação", afirmou Mello, associado do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
"Havia muito pouco explosivo, provavelmente pólvora, suficiente apenas para espalhar o material do interior da embalagem. Se houvesse uma quantidade maior de pólvora ou outro tipo de explosivo, as pessoas que estavam próximas teriam sido feridas", afirmou o especialista.
Sobre o acionamento, Mello sugeriu três hipóteses. Uma delas seria a detonação com aparelho celular, o que ele descarta por causa do conhecimento exigido e pela falta de uma peça remanescente. A outra, algum tipo de sensor de movimento, que detonaria a bomba caso alguém tentasse mexer na mochila, por exemplo. A terceira, que julga mais provável, seria um timer.
"Um detalhe que chama a atenção é que a senhora que estava sentada se levanta e corre pouco antes da explosão, o que pode contribuir com a ideia de um timer que faz barulho pouco antes da explosão."
A construção deste tipo de artefato, segundo Mello, é simples e amplamente difundida na internet. "Não acho que o objetivo do autor tenha sido o de ferir alguém, apenas de chamar a atenção", afirmou o especialista.
Objeto detonado
De acordo com a PM, duas sacolas foram deixadas no terminal. A primeira explodiu antes da chegada do Gate.
No local, o técnico explosivista foi equipado com o traje anti-fragmentação, fez aproximação e imagens fotográficas, bem como captação de imagens de raio-x do artefato, que não acionou. Ainda de acordo com o Gate, foi realizada intervenção através de um canhão disruptor. O agente conseguiu retirar a fonte de alimentação deixando artefato em segurança e separando todos os componentes.
Vitor Haddad, 1º tenente do Gate, afirmou que o segundo objeto era um artefato e tinha potencial explosivo.
Panfleto foi deixado em artefato
Os artefatos explosivos deixados por um homem no terminal Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (12) tinham panfletos de teor político atribuídos ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil), que nega qualquer vínculo com a ação.
O material de cunho político apresentava sigla e símbolos diferentes aos utilizados pelo PCdoB. "Abaixo os generais golpistas! Morte aos fascistas! Viva o Maoismo! Viva a Guerra Popular! Viva a Revolução Democrática! Partido Comunista do Brasil - P.C.B.", trazia um deles. A sigla do Partido Comunista do Brasil é PCdoB. O PCB é o Partido Comunista Brasileiro.
O Diretório Estadual do PCdoB negou qualquer envolvimento com o caso. "O Diretório Estadual do PCdoB SP vem a público esclarecer, de forma categórica, que não tem qualquer envolvimento com os artefatos explosivos que foram colocados na estação Pinheiros, tampouco com a carta supostamente assinada por nossa organização. Trata-se de uma grave e irresponsável provocação, cujo objetivo é atacar o PCdoB e confundir a opinião pública", afirmou o diretório em nota.
"Estamos tomando todas as medidas jurídicas cabíveis para apurar as responsabilidades por esse ato criminoso e identificar os verdadeiros autores dessa provocação", ressaltou o partido.
O caso
Após uma explosão, o terminal Pinheiros foi parcialmente interditado na manhã desta quarta-feira. O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar foi acionado e investiga suspeita de bomba.
A concessionária que administra o terminal afirmou que, por volta das 5h30, duas sacolas foram deixadas por um homem em uma das plataformas do terminal.
"Uma delas gerou uma pequena explosão que, felizmente, não causou quaisquer danos e nem ferimentos às pessoas nas proximidades", afirmou em nota.
De acordo com a PM, duas sacolas foram deixadas no terminal. O primeiro explodiu antes da chegada do Gate.
No local, o técnico explosivista foi equipado com o traje anti-fragmentação, fez aproximação e imagens fotográficas, bem como captação de imagens de raio-x do artefato, que não acionou.
Ainda de acordo com o Gate, foi realizada intervenção através de um canhão disruptor. O agente conseguiu retirar a fonte de alimentação deixando artefato em segurança e separando todos os componentes.
Vitor Haddad, 1º tenente do Gate, afirmou que o segundo objeto era um artefato e tinha potencial explosivo.
A explosão e movimentação atípica assustaram os trabalhadores do local.
Aline Vaz, 28, que trabalha num quiosque da mesma plataforma onde houve as explosões, disse que a segunda foi muito alta, mesmo tapando os ouvidos.
A segunda foi mais alto que a primeira, diz Gabriely Fernandes, 21, atendente de um quiosque ao lado. Ela estava servindo um café na hora da primeira explosão, e derramou o líquido com o susto. Ela contou que achou que era um ataque terrorista. Segundo a SPTrans, 41 linhas de ônibus são operadas no terminal.
"Duas plataformas permaneceram interditadas para que as investigações seguissem com segurança. A operação do terminal foi mantida, apenas com remanejamento das plataformas de embarque", ressaltou a concessionária.
(Com Francisco Lima Neto / Folhapress)
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