Bebê socorrida desmaiada teria sido arremessada e teve traumatismo craniano
Submetida a exames no hospital, menina permaneceu sem reação à dor, hipertensa e taquicárdica
Fonte: O Tempo Por Lucas Gomes e Isabela Abalen
A bebê de 1 ano e 2 meses que foi levada desacordada pelos pais, de 20 e 30 anos, ao Hospital Municipal de Papagaios, na região Centro-Oeste de Minas, na manhã da segunda-feira de Natal (25 de dezembro), teria sido arremessada contra uma superfície fixa, como uma parede ou uma porta. Segundo apurado pela reportagem, a menina chegou à assistência com um quadro de traumatismo craniano grave e sem reação nenhuma à dor, permanecendo hipertensa e taquicárdica. A Polícia Civil investiga possível caso de maus-tratos.
Além de marcas e ferimentos pré-existentes ao traumatismo, a menina foi examinada com hematomas em toda a parede torácica (pele, gordura, músculos, ossos e cartilagem do tórax) e no abdômen. Pelo impacto de uma suposta batida, são investigadas uma contusão pulmonar – quando um hematoma pode dificultar a absorção de oxigênio – e uma laceração séria no fígado.
O que se sabe até agora?
Segundo o tenente Natan Bastos, do 4º Pelotão de Papagaios, a Polícia Militar (PM) foi acionada até a unidade de saúde pelos médicos, que, ao notarem ferimentos suspeitos, acionaram também o Conselho Tutelar da cidade, que já acompanhava a família.
"A mãe alega que ela caiu, mas não procurou o médico, o que já caracteriza maus-tratos. Além disso, ela estava desnutrida. Os médicos tiveram até dificuldade de encontrar a veia para tratar dela. No relatório, eles citam marcas e hematomas pré-existentes, que não seriam de hoje. Mas, também, um ferimento na cabeça, que seria o mais recente e que teria causado a situação. Mas não se sabe o que causou, apenas suspeita de que foi algo rígido, o que poderia ser uma parede, uma porta", detalhou.
Diante das suspeitas, mãe e padrasto foram conduzidos pela PM para a delegacia, onde foram ouvidos e acabaram liberados. "Ainda não há como afirmar que foram eles, até mesmo por que o Conselho Tutelar já acompanhava a família e nunca teve nenhum indício de violência contra essa ou outras crianças, já que essa garotinha tem irmãos", pontuou.
Família foi ouvida e liberada
Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) disse que instaurou inquérito para apurar a ocorrência e confirmou que os pais foram ouvidos na Delegacia de Plantão em Pará de Minas e, em seguida, foram liberados.
Versão do casal
Ainda conforme o tenente Bastos, aos policiais o casal apresentou versões diferentes. A mãe disse que a filha caiu alguns dias atrás e que não teria procurado o hospital. Porém, ela disse não saber o que causou a lesão mais recente na cabeça da criança, uma vez que tinha deixado a filha aos cuidados do padrasto dela.
Já o homem alega que deixou a menina em um quarto, brincando com outras crianças de 5 e 6 anos. Em dado momento, uma delas teria chutado uma bola e a irmã mais nova deles acabou se machucando.
(com informações de José Vítor Camilo)
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