Bahamas projeta dobrar faturamento até 2026
Tribuna conversou com Jovino Campos, sócio-fundador do Grupo Bahamas, rede de supermercados de Juiz de Fora que começou há mais de 40 anos
Tribuna de Minas Por Nayara Zanetti
O empreendimento que começou, há mais de 40 anos, como um pequeno bar no Bairro Santa Luzia, Zona Sul de Juiz de Fora, hoje, com 77 lojas espalhadas pela Zona da Mata e Triângulo Mineiro, ocupa a quarta posição entre as maiores redes de supermercados de Minas Gerais e a 23° em todo o Brasil. Quando Jovino Campos e Paulo Roberto Lopes fundaram o Grupo Bahamas não imaginavam a proporção que iria tomar. Se antes o plano era transformar o boteco em mercearia, agora a meta atual é dobrar o faturamento e chegar a R$ 8 bilhões até 2026. Atualmente, a empresa gera mais de 9 mil postos de trabalho e tem o objetivo de aumentar esse número com a inauguração de 11 estabelecimentos ao longo de 2024, sendo quatro lojas com uma nova proposta de vender produtos específicos para animais.
Em 2023, o grupo alcançou a 47ª posição entre as 120 empresas com o maior faturamento do Brasil, de acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), que avaliou as empresas varejistas que mais se destacaram no Brasil. O levantamento foi elaborado com base nos resultados alcançados em 2022, quando a rede registrou um faturamento bruto de R$ 3,7 bilhões. Em entrevista à Tribuna, o empresário Jovino Campos fez um balanço do ano passado e contou as projeções para esse ano.
Jovino Campos no Centro de Distribuição do Grupo Bahamas, na BR-040 (Foto: Leonardo Costa)
Tribuna – Qual foi o faturamento do grupo Bahamas em 2023?
Jovino Campos – Nós ultrapassamos a casa dos R$ 4 bilhões, que já era projetado para 2023, mas foi um ano de grandes desafios, não foi um ano fácil para o varejo brasileiro. Caiu o faturamento um pouco pela defração principalmente dos commodities, como arroz, feijão, leite. Nós vendemos mais volume, mas caiu o faturamento. Além do grande aumento da concorrência. Em Juiz de Fora mesmo, houve a inauguração de lojas em diversos bairros e o consumo não aumentou tanto, pois a população não cresceu muito. Então temos que procurar fazer muito melhor o trabalho, oferecer algo diferente, uma nova experiência de compra para o consumidor para que eles sejam fiéis ao nosso negócio. E aprendemos também com a concorrência. O Bahamas acompanha de perto a evolução do varejo e procura sempre fazer da melhor maneira possível, buscando crescer com rentabilidade para que possamos continuar fazendo investimento, aumentando o nosso negócio e a nossa participação no mercado mineiro.
– Quais são as projeções para 2024?
– Este ano nós temos algumas novidades. Nosso projeto é fortalecer os bairros e fortalecer também as cidades pequenas. Mas além de inaugurar novas lojas na região da Zona da Mata e do Triângulo Mineiro, nós também estamos começando a entrar no mercado pet, que é um modelo de loja para alimentação de animais. A primeira que vamos inaugurar será no Bahamas Mix Ferreira Guimarães, no Bairro Democrata, e deve acontecer em abril. Depois terá outra em Uberlândia e essas novas lojas do novo atacarejo contarão com mix inovador de produtos destinados aos cuidados de cães, gatos, peixes, aves, roedores, além de itens para jardinagem. O nosso foco continua sendo o varejo alimentar, mas sabemos que a população hoje em dia diminuiu o número de filhos e aumentou o de pets, então estamos de olho nesse mercado também. Hoje, o nosso sonho é dobrar o nosso faturamento e chegar a 2026 com R$ 8 bilhões, estamos trabalhando em estratégias para isso.
Há expectativas de levar o Bahamas para outras regiões de Minas ou fora do estado?
– Não, por enquanto não. Nós falamos sobre isso, temos estudos, mas não posso prometer se vai ser esse ano ou no próximo, mas o Sul de Minas é uma região que pensamos na possibilidade de expansão pela proximidade. Fora do estado ainda não é um projeto.
– Qual o diferencial e o tamanho da rede hoje?
– Hoje, contamos com 77 lojas e vamos inaugurar mais 11 em 2024. Nosso diferencial é oferecer o melhor serviço possível e o menor preço, quando não é o menor, pelo menos é o preço mais justo. Nosso nível de investimento hoje em relação ao consumidor é um pouco diferente do do nosso concorrente. Nós fazemos ações nos bairros, temos o projeto do Troco solidário, por exemplo, onde várias entidades recebem benefícios mensais, parte arcados pela empresa e parte pelos clientes. No ano passado, arrecadamos R$ 763.634,97. Em 2024, o Bahamas vai manter a campanha do Aniversário solidário, disponibilizando espaço de todas as suas lojas para instituições arrecadarem alimentos e produtos de limpeza e higiene. Ao fim da ação, vamos somar tudo o que for arrecadado e fazer uma doação adicional do mesmo peso equivalente. Exemplo: se arrecadar 100 toneladas, o Bahamas vai doar mais 100 toneladas. Em 2023, doamos 336 toneladas de produtos para 76 instituições. Além do apoio a projetos socioambientais e a eventos esportivos, como corridas e torneios de futevôlei e beach tennis.
– Ao longo de 40 anos de história, quais foram os maiores obstáculos? E quais conquistas mais marcaram?
– Desde quando nós abrimos nosso próprio negócio, lá nos anos 1980, nós não tínhamos experiência nenhuma, nem como bar, então acontecem desafios e obstáculos todos os dias, mas nós não podemos desistir mesmo quando os negócios não estão indo bem. Eu e o meu sócio, Paulo Roberto, somos otimistas e não fazemos nada sozinhos. Se não tivéssemos uma equipe comprometida trabalhando ao nosso lado, não teríamos chegado a lugar nenhum. Os nossos negócios não são conquistas somente nossas, mas de todos. Eu posso considerar até mesmo a conquista da população de Juiz de Fora. Antigamente, quem atendia o consumidor aqui eram empresas de fora, que empregavam, mas levavam o dinheiro para investir em outros locais. Hoje, nós fazemos investimentos aqui, nós temos 5 mil funcionários apenas em Juiz de Fora, a população da cidade, de certa forma, depende do Bahamas no seu dia a dia. Então é um compromisso muito grande nosso em relação à população, não só com os colaboradores, mas também com os clientes, com a sensação de pertencimento.
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