Suspeito de matar instrutor de autoescola em BH pode pegar até 30 anos de prisão

Suspeito de matar instrutor de autoescola em BH pode pegar até 30 anos de prisão
Motorista foi arrastado ao tentar impedir que o motorista envolvido no acidente fugisse do local — Foto: Reprodução/ vídeo
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O crime ocorreu em abril do ano passado, no bairro Floramar; a Polícia Civil disse que a briga de trânsito que motivou o crime foi por motivo fútil

O Tempo   Por Raíssa Oliveira 

 

O motorista de 47 anos, suspeito de matar o instrutor de autoescola Alessandro Gomes de Carvalho, de 48 anos, em abril do ano passado, no bairro Floramar, na região Norte de Belo Horizonte, foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil. A informação foi divulgada pela Polícia Civil (PCMG) na manhã desta quinta-feira (1º de fevereiro). Se condenado, o suspeito pode pegar até 30 anos de prisão.

O delegado Rodrigo Fagundes, responsável pelo caso, explicou que as investigações apontaram que a briga de trânsito que motivou o crime ocorreu por motivo fútil. “Situação trágica, completamente evitável, causada por uma discussão de trânsito após o investigado colidir levemente com o veículo do instrutor.

O indiciamento por homicídio doloso, previsto no código penal, ocorre porque entendemos que a partir do momento que ele viu o instrutor em cima do capô e continuou acelerando, ele assumiu o risco de matá-lo, por isso, ele foi indiciado por dolo eventual qualificado”, afirmou.

Segundo a PCMG, a pena para o crime pode variar entre 12 a 30 anos de prisão.

  • Veja o vídeo do caso

Briga de trânsito teria causado o atropelamento, registrado por populares; O instrutor de autoescola teve a morte encefálica confirmada neste domingo (16). pic.twitter.com/ifdDbwylGD

— O Tempo (@otempo) April 16, 2023

Fraude no processo

Além disso, o suspeito também deve responder por fraude processual no trânsito do processo. Segundo Fagundes, isso ocorre porque durante as investigações a defesa do investigado teria anexado fotos mostrando supostas marcas de soco e chute que teriam ocorrido durante a briga de trânsito que resultou na morte. Mas a hipótese foi descartada pela polícia.

“Foram anexadas fotos tentando ludibriar as autoridades para apontar supostas marcas de soco e chute no carro, mas não existia isso quando o carro foi apreendido. Câmeras no local da discussão também mostraram que em nenhum momento houve agressão ou alteração por parte do instrutor”, afirmou. Pelo crime, o suspeito pode ter a pena aumentada em 6 meses a 1 ano e meio de prisão.

Suspeito vai responder em liberdade

O motorista indiciado segue em liberdade. Segundo o delegado do caso, a polícia entendeu que não há necessidade de prisão preventiva. “Não vislumbramos necessidade de prisão preventiva.

Ele vai responder em liberdade por homicídio doloso qualificado por motivo fútil. Mas isso não impede que os outros órgãos do por ser judiciário possam representar pela prisão do investigado”, ressalta.

O caso

Alessandro dava uma aula de direção, em um Fiat Mobi, quando o veículo da autoescola foi atingido por um Volkswagen Voyage na rua José Lima de Almeida. Após a batida, segundo relato do aluno, de 19, Alessandro tentou uma solução "amigável", mas, quando propôs fazer o boletim de ocorrência, o suspeito entrou no automóvel e disse que iria embora.

A vítima então tentou impedir a fuga se colocando sobre o capô do carro, mas foi arrastada, caiu em cima de outro carro, caiu no asfalto e bateu com a cabeça no meio-fio. O suspeito deixou o local sem prestar socorro.

O instrutor de autoescola teve morte cerebral confirmada quatro dias após o caso. Ele morreu no dia seguinte e foi enterrado no Cemitério da Paz. No mesmo dia, a Polícia Civil divulgou que o suspeito do crime havia sido identificado que o veículo havia sido apreendido.

No dia 10 de abril, o motorista, de 47 anos, se apresentou à delegacia e prestou depoimento que  durou, aproximadamente, duas horas. O suspeito foi liberado devido ao prazo do flagrante, de até 24 h, já ter passado.