Receio de escalada aumenta em meio a bombardeios de Israel em Gaza e disparos na fronteira com o Libano

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Israel bombardeou faixa de gaza Foto: Omar AL-QATTAA / AFP
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Forças israelenses bombardearam o território palestino durante a madrugada

O Tempo     Por Agências

 

O Exército israelense bombardeou, nesta sexta-feira (21), a Faixa de Gaza e manteve a troca de disparos com o movimento pró-Irã Hezbollah na fronteira com o Líbano, em meio a temores de propagação em larga escala do conflito na região. 

As forças israelenses bombardearam o território palestino durante a madrugada, especialmente a cidade de Rafah, no sul, onde se encontra grande parte da população, e também vários setores no norte e centro do enclave, como o campo de refugiados de Nuseirat e arredores de Deir al Balah.

O conflito, que eclodiu após o ataque do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro, provocou um aumento da violência na fronteira entre Israel e o Líbano, onde se intensificaram os confrontos entre o Exército israelense e os combatentes do Hezbollah. 

Durante a noite, o Exército anunciou ter interceptado um "alvo aéreo suspeito" lançado do Líbano. E a imprensa noticiou bombardeios israelenses no sul do Líbano.

A "existência" de Israel

Nos Estados Unidos, o conselheiro de Segurança Nacional israelense, Tzachi Hanegbi, e o ministro israelense dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, reuniram-se com o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

Blinken "reiterou o compromisso inabalável dos Estados Unidos com a segurança de Israel", segundo seu porta-voz Matthew Miller. 

O secretário de Estado sublinhou, no entanto, "a importância de evitar uma nova escalada no Líbano" por meio de uma "solução diplomática que permita às famílias israelenses e libanesas", deslocadas pela troca de disparos na fronteira, "retornarem às suas casas", acrescentou.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na quinta-feira que Israel trava "uma guerra pela sua existência" e que seu país precisa de armas dos Estados Unidos, seu aliado histórico.

"Nenhum outro país faz mais para ajudar Israel a se defender da ameaça do Hamas", respondeu o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby. 

Em um discurso incendiário, o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertou na quarta-feira que "nenhum lugar" em Israel estaria a salvo se o governo israelense abrisse uma nova frente na sua fronteira norte.

O comandante do Exército israelense, general Herzi Halevi, respondeu que seu país tem "capacidades infinitamente superiores" às do Hezbollah.

"Nenhum impacto"

Depois de mais de oito meses de guerra, a situação na Faixa de Gaza, um estreito território de 2,4 milhões de habitantes, é crítica e a população está à beira da fome, segundo a ONU. 

A ajuda humanitária chega aos poucos e a "pausa" diária anunciada pelo Exército israelense nas operações no sul "não tem impacto" na chegada de suprimentos, disse nesta sexta-feira o doutor Richard Peeperkorn, funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os territórios palestinos ocupados.

O Exército anunciou na semana passada uma pausa "das 8h00 às 19h00 (das 2h00 às 13h00 no horário de Brasília) todos os dias e até novo aviso" na área de Kerem Shalom, uma passagem de fronteira no extremo sul de Gaza, até o hospital europeu de Rafah, mais ao norte. 

A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando milicianos do Hamas executaram um ataque no sul de Israel que matou 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses. 

Outras 251 pessoas foram capturadas naquele dia, das quais 116 permanecem sequestradas em Gaza e entre as quais, segundo o Exército israelense, 41 morreram.

Em retaliação, Israel prometeu destruir o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva contra o enclave que deixou, até ao momento, 37.431 mortos, a maioria civis, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde de Gaza. 

O Exército israelense anunciou nesta sexta-feira a morte em combate de dois soldados no centro de Gaza, elevando para mais de 310 o número de soldados mortos desde o início da operação terrestre, em 27 de outubro. 

Os combates terrestres continuam no setor de Rafah, onde "vários terroristas foram eliminados", acrescentou o Exército. 

Algumas instalações de lançamento localizadas em uma zona deslocada perto de Khan Yunis, no sul, foram "alvos de um bombardeio" na noite de quinta-feira, acrescentou a mesma fonte, antes de destacar que foram tomadas "várias medidas" para "limitar os danos causados a civis".

(AFP)