Presidente do JFPrev é denunciado pela esposa por violência doméstica em Juiz de Fora

Segundo o registro policial, Diogo Fernandes, de 34 anos, agrediu Amanda Mayara no apartamento do casal após uma discussão motivada por ciúmes durante uma festa. A Prefeitura informou que ele pediu demissão do cargo. Em nota, a defesa do suspeito afirmou que o cliente está à disposição das autoridades e que ainda não foi notificado formalmente sobre o caso.

Por Luiza Sudré, Ester Vallim, g1 Zona da Mata e TV Integração — Juiz de Fora

O presidente do Juiz de Fora Previdência (JFPrev), Diogo Fernandes, de 34 anos, foi denunciado pela esposa, Amanda Mayara dos Santos, de 29, por violência doméstica. Segundo o Boletim de Ocorrência, ao qual a TV Integração teve acesso, o caso ocorreu na noite do último sábado (2).

Conforme o registro policial, as agressões ocorreram no apartamento do casal após uma festa de Halloween e teriam sido motivadas por ciúmes.

O g1 entrou em contato com o advogado de defesa de Diogo Fernandes, Thiago Almeida de Oliveira, que disse que o cliente está à disposição das autoridades e que ele ainda não foi notificado formalmente sobre o ocorrido. (Veja no fim da matéria o pronunciamento na íntegra).

A Prefeitura de Juiz de Fora, por sua vez, em nota, informou que o presidente do JFPrev pediu demissão e ressaltou que repudia qualquer ato de violência cometido contra mulheres. A exoneração foi publicada no Atos do Governo desta segunda-feira (4).

A Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM) e vai ser investigado.

Marcas de agressões no rosto de Amanda Mayara — Foto: Amanda Mayara/Divulgação

Agressões aconteceram após festa, diz BO

Veja abaixo, ponto a ponto, o que diz o boletim de ocorrência:

• A crise de ciúmes começou após Diogo Fernandes ver Amanda Mayara conversando com um amigo em uma festa;
• Na ocasião, o suspeito teria ofendido a companheira com palavras de baixo calão;
• Após a discussão, o casal deixou o evento e retornou para a casa, onde o homem continuou as ofensas;
• O documento também afirma que as agressões ocorreram quando Amanda pegava as roupas do esposo para que ele deixasse o apartamento;
• A mulher também contou à PM que Diogo deu um tapa no rosto dela e que ela caiu com a cabeça na mesa de estudos, além de ter pisado nela e a imobilizado;
• O boletim de ocorrência também diz que Amanda começou a gritar e que vizinhos começaram a bater na porta do imóvel;
• Diogo saiu do imóvel e não foi encontrado. Já populares socorreram a mulher.

Marcas de agressões na perna de Amanda Mayara — Foto: Amanda Mayara/Divulgação

'Temia pela minha vida'

Ao g1, Amanda Mayara contou que estava casada com Diogo Fernandes há pouco mais de um mês, mas que o relacionamento já durava um ano.

“Pedia para ele parar. Não conseguia sair do chão. Temia pela minha vida e comecei a gritar muito por socorro”, disse.

A empresária disse que após as agressões foi para o Hospital Santa Casa de Misericórdia. “Quando saí fui para a delegacia fazer o boletim de ocorrência”, finalizou.

Marcas de agressões na boca de Amanda Mayara — Foto: Amanda Mayara/Divulgação

Nota de defesa

"Em relação às recentes acusações de supostos atos de violência doméstica envolvendo nosso cliente, DIOGO FERNANDES, esclarecemos que, por se tratar de um processo que tramita sob segredo de justiça, estamos limitados quanto à divulgação de informações detalhadas, ainda que potencialmente esclarecedoras sobre a realidade os fatos. No entanto, é importante ressaltar que os DIOGO FERNANDES está totalmente à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, sendo ele o maior interessado no esclarecimento da verdade factual. Até o momento, a defesa técnica de DIOGO FERNANDES ou o próprio não foram formalmente notificados sobre os detalhes do procedimento, tendo conhecimento das acusações apenas por meio de informações fragmentárias veiculadas pela imprensa e, sobretudo, redes sociais. Reafirmamos nossa confiança de que a verdade será plenamente apurada perante as instâncias competentes, em estrito respeito ao devido processo legal e, no momento oportuno, dentro dos limites jurídicos, todos os fatos serão devidamente esclarecidos e eventualmente acessíveis à população, segundo os ditames limites legais de publicidade".