Ministério Público de MG quer punição rápida aos envolvidos em briga entre Máfia Azul e Mancha Verde
MPMG vai atuar junto ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) para investigar "o crime e promover as ações penais na Justiça"
O Tempo Sports Por Rayllan Oliveira
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) cobrou uma punição rápida para as pessoas envolvidas no conflito entre as torcidas organizadas Máfia Azul e Mancha Verde, na rodovia Fernão Dias, em São Paulo. Um homem, de 30 anos, integrante da organizada do clube mineiro, morreu e outras dezessete pessoas ficaram feridas. O caso ocorreu durante a madrugada deste domingo (27 de outubro). Até o fim da manhã dessa segunda-feira (28), nenhum dos envolvidos havia sido identificado e preso.
"Cabe a polícia, as polícias e o Ministério Público tomarem todas as atitudes e eu tenho certeza de que nós teremos um retorno do Poder Judiciário. Queremos que todos possam atuar firmemente para ter uma punição rápida desses criminosos travestidos de torcedores e que não representam a grandeza dos clubes do Cruzeiro e do Palmeiras", disse o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior.
De acordo com Jarbas, o MPMG vai atuar junto ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) para investigar "o crime e promover as ações penais na Justiça". Um processo investigativo foi iniciado neste domingo (27) pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. O caso é acompanhado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão que pertence ao MPSP.
"Vamos trabalhar junto ao Ministério Público de São Paulo, já que esse caso envolve torcidas dos dois Estados. Nós sabemos que, quando o Palmeiras vem jogar em Belo Horizonte, tivemos iniciativas que geraram esse clima (de conflito) entre as torcidas. Tenho falado constantemente com o Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Sérgio Ferreira, e nós queremos que os promotores do Grupo de Atuação Especial (GAE) e da área do consumidor possam atuar firmemente", acrescentou.
Ainda segundo o procurador-geral de Justiça do MPMG, o enfrentamento à violência entre torcidas organizadas é um desafio para as forças de segurança em todo o país. Jarbas, no entanto, afirmou que o Ministério Público de Minas Gerais tem acompanhado os episódios ocorridos no Estado, punindo às pessoas e às instituições envolvidas.
"Mesmo tendo a lei para coibir, as ações da Justiça e da polícia, esses casos continuam ocorrendo. Nós temos que tomar ações preventivas, proibindo que essas ações (como o conflito entre Máfia Azul e Mancha Verde) se repitam. Temos que ter sempre a preocupação de punir exemplarmente os responsáveis, como já fizemos com o membro de uma organizada do Atlético que matou o integrante de uma torcida do Cruzeiro, em Belo Horizonte. Ele respondeu e está cumprindo a sua pena", finalizou.
O caso
Uma emboscada de integrantes da torcida organizada do Palmeiras Mancha Alviverde - antiga Mancha Verde - contra um ônibus da Máfia Azul, do Cruzeiro, deixou uma pessoa morta e outras 17 feridas na madrugada deste domingo (27 de outubro).
O atentado aconteceu por volta das 5h na altura do km 65 da BR-381, rodovia que é conhecida como Fernão Dias. Os cruzeirenses seguiam em direção a Belo Horizonte na volta do Paraná, após a derrota do Cruzeiro por 3 a 0, para o Athletico, quando os coletivos foram interceptados.
Ataque documentado
A confusão, que envolveu mais de 100 torcedores dos dois times, foi toda documentada por câmeras de celulares, parte deles de integrantes da torcida palmeirense. Nos vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver torcedores com camisas verdes nos rostos e barras de ferro nas mãos espancando os mineiros, muitos deles já desacordados ou implorando pelo fim das agressões.
Nos vídeos, também é possível ouvir os autores da emboscada falando "Aqui é a Mancha, p#$%" e "Aqui é a tropa do Moacir", fazendo referência ao presidente da torcida organizada. Imagens também mostram uma verdadeira "chuva" de foguetes, com dezenas de fogos de artifício sendo lançados contra o ônibus da torcida do Cruzeiro, que acabou incendiado.
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