Israel anuncia cessar-fogo no Líbano e diz que vai responder ‘com força’ se Hezbollah quebrar acordo
Acordo tem o objetivo de permitir que Israel recarregue seus armamentos e isole o Hamas, em Gaza; proposta ainda precisa ser aprovada por gabinete israelense
Itatiaia Por Fernanda Rodrigues
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça-feira (26) um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, grupo terrorista que atua no Líbano. O comunicado foi feito horas depois de Israel lançar uma ofensiva contra alvos em Beirute, na capital do país.
“O Hezbollah não é mais o mesmo, Israel o empurrou décadas para trás. Destruímos a maior parte dos foguetes e mísseis. Matamos milhares de terroristas e destruímos a infraestrutura subterrânea e terrorista perto de nossas fronteiras. Tudo isso parecia ficção científica meses atrás, mas nós conseguimos. Por isso, esta noite, apresentarei ao gabinete um plano para um cessar-fogo no Líbano”, disse o primeiro-ministro.
Ao anunciar o acordo, Netanyahu também afirmou que “a duração do cessar-fogo depende do que acontecer no Líbano”.
“Se o Hezbollah violar o acordo e tentar se rearmar, nós atacaremos”, prometeu. “Se tentar reconstruir a infraestrutura terrorista perto da fronteira, nós atacaremos. Se disparar um foguete, se cavar um túnel, se trouxer um caminhão com mísseis, nós atacaremos. A cada violação, responderemos com força”, garante Netanyahu.
Acordo tem objetivo de isolar o Hamas
Para o primeiro-ministro israelense, o acordo de cessar-fogo foi anunciado por três motivos. O primeiro seria para que Israel possa focar em uma ameaça iraniana, o segundo seria para permitir que as tropas descansem e reabasteçam os estoques de armas, e o terceiro é para desvincular as frentes norte e sul e isolar o Hamas.
“Houve atrasos, e grandes atrasos, em remessas de armas”, afirmou Netanyahu sem citar o governo Biden. “E esse atraso será liberado em breve”, citou dando a entender que o problema será resolvido após a posse do presidente Donald Trump em janeiro.
“Com o Hezbollah fora de cena, o Hamas fica sozinho na campanha. Nossa pressão vai aumentar”, afirmou o primeiro-ministro, dizendo que isso permitirá que Israel traga os reféns que estão em Gaza para casa.
EUA aprova cessar-fogo
Segundo o jornal Times of Israel, os Estados Unidos já foram informados da decisão. Uma fonte ligada a equipe do presidente eleito Donald Trump disse ao canal de TV norte-americano CBS News que vê o anúncio de forma positiva.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também afirmou que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Líbano aumentará os esforços para que haja o fim da guerra em Gaza.
Blinken afirmou que Israel e Líbano estão nos “estágios finais” das negociações de cessar-fogo e enfatizou que o acordo salvará vidas libanesas, além de permitir que civis retornem para suas casas, ao mesmo tempo em que diminui as tensões na região.
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