Galeria Angelo Bigi é inaugurada no Cine-Theatro Central
27 obras do pintor ítalo-brasileiro estão expostas no novo espaço artístico da UFJF
Por Tribuna
Foi inaugurada, no último sábado (23), pela Pró-Reitoria de Cultura (Procult), a Galeria Angelo Bigi, no Cine-Theatro Central. 27 obras do artista ítalo-brasileiro estão expostas no espaço. Elas foram reunidas pelo arquiteto Antônio Carlos Duarte e doadas à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sob salvaguarda do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm).
O intuito da galeria é homenagear o responsável pelas pinturas que decoram o teatro, que foi inaugurado em 1929 e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1994, mesmo ano em que foi incorporado pela UFJF. O evento faz parte das comemorações dos 95 anos do espaço.
A coleção é composta por um lote de 38 pinturas de cavalete, aquarelas sobre papel e óleos sobre tela e sobre madeira. Elas focam em paisagens, espaços e naturezas-mortas e marinhas. Além disso, há ainda um retrato, feito por Angelo Bigi, que dá destaque a Dom Quixote de La Mancha, personagem criado por por Miguel de Cervantes e a quem o pintor dedicava admiração confessa.
Retrato de Dom Quixote de La Mancha, feito por Angelo Bigi (Foto: Divulgação/ UFJF)
(Foto: Divulgação/ UFJF
Todas as peças foram reunidas por Antônio Carlos Duarte ao logo de quase 30 anos, a partir de buscas em leilões, feiras de antiguidades, antiquários e galerias de arte. De acordo com a nota encaminhada pela UFJF à imprensa, o primeiro quadro foi adquirido em 1995, no Rio de Janeiro. O número de peças foi crescendo até chegar ao número robusto capaz de integrar a galeria. O termo de doação foi assinado em 2020.
Presente na inauguração da Galeria Angelo Bigi, Antônio Carlos disse, por meio da assessoria da UFJF: “Hoje, finalmente temos essa galeria instalada. Eu acredito que essa galeria acrescenta os valores que o Angelo tinha. É um enriquecimento cultural para a Universidade Federal de Juiz de Fora e também para a cidade”.
O reitor da UFJF também estava presente na cerimônia de abertura e, dentre outras coisas, destacou os 95 anos da inauguração do Cine-Theatro e os 30 anos de aquisição do prédio pela UFJF durante o governo do presidente Itamar Franco. “É um momento muito especial para nós. Agora, neste teatro que já é frequentado pela população, nós reservamos espaço para esse importante acervo do Angelo Bigi, o que também irá propiciar à comunidade o acesso a esse acervo de artes plásticas da maior qualidade.”
Já a pró-reitora de Cultura, Valéria de Faria Cristofaro, enfatizou, na cerimônia, que a galeria tem plena sintonia com o próprio espaço do Cine-Theatro Central, que, para ela, é um dos patrimônios históricos e artísticos mais importantes da UFJF e do país. “Hoje é uma data muito especial, por nós esperada há alguns anos e para a qual vimos trabalhando com enorme dedicação. Com a abertura da Galeria Angelo Bigi, conseguimos, finalmente, concretizar um projeto que vem sendo gestado desde as comemorações dos 90 anos do Cine-Theatro Central, em 2019. Esta nova galeria de arte, em local tão privilegiado, tem o mérito de apresentar ao público pinturas pouco conhecidas na cidade e em outros estados em que o artista trabalhou.”
O diretor do Cine-Theatro Central, Luiz Cláudio Ribeiro (Cacáudio), disse ainda que a galeria engrandece ainda mais o teatro e acredita que a presença do acervo vai “estimular a população a visitar o espaço e ter outros pontos de vista daqui”.
Sobre Angelo Bigi
Angelo Bigi nasceu em Roma, na Itália, em 18 de setembro de 1887. Ele chegou em Juiz de Fora em 1907, atraído pelo desenvolvimento industrial e cultural da cidade. Bigi, inclusive, firmava parceria constante com a Companhia Pantaleone Arcuri & Spinelli, em constante crescimento na época.
Seu primeiro trabalho reconhecido foi na Associação Comercial de Juiz de Fora, em 1918, quando apresentou uma de suas pinturas. Na obra, ele destacou alegorias do comércio, da indústria e da agricultura.
Entre 1928 e 1929, com auxílio dos pintores Heitor de Alencar e Carlos Gonçalves, realizou as pinturas ornamentais e artísticas no interior do Cine-Theatro Central, com destaque para a decoração do vão do teto sobre a plateia.
Angelo Bigi morreu em 1953, em Juiz de Fora. Suas obras já integraram a exposição “Mestres pintores juiz-foranos” na Reitoria da UFJF, quando ela ainda funcionava onde hoje é o Mamm.
Visitação
A visitação da Galeria Angelo Bigi é gratuita e acontece de terça a sexta-feira das 9h às 14h e das 14h às 17h, e no sábado das 9h às 12h. É possível agendar visitas guiadas, através do e-mail cinetheatrocentral@ufjf.br ou do telefone 2102-6330.
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