Suspeito de abusar sexualmente da própria sobrinha em Ibirité é preso em MG
Segundo investigações, homem fingia brincar de 'esconde-esconde' para abusar da garota
Por Bruno Daniel
Um homem de 62 anos está preso suspeito de estupro de vulnerável. O crime teria sido cometido em Ibirité, região metropolitana de Belo Horizonte, contra a própria sobrinha do indiciado, que na época do crime, em 2020, ainda estava com apenas 8 anos. O suspeito estava foragido desde 2022, após a decretação da prisão preventiva.
As investigações começaram em 2020, quando a vítima relatou os abusos a familiares. Conforme relato da menina, o tio cometia os abusos na motocicleta dele ou em um matagal, para despistar o crime. "Ele usava brincadeiras de esconde-esconde para simular e esconder a prática de abusos", conta a delegada Andreza Prestes, da Delegacia Especializada de Proteção à Mulher de Ibirité.
Também de acordo com inquérito, o homem era considerado acima de qualquer suspeita, pois sempre levava doces e dinheiro para as crianças da família e tinha a confiança de todos para ficar com elas. As suspeitas sobre os abusos começaram a partir da mãe e de um irmão da menina.
"O irmão da vítima a viu sentada na moto do investigado numa região de matagal e ele (suspeito) na frente dela, em tese praticando os abusos. A mãe da vítima também tomou conhecimento de fato parecido, um momento em que ele estava de mãos dadas com ela levando-a para região de matagal", detalha a degelada Andreza Prestes.
Logo após a denúncia à Polícia Civil, o suspeito fugiu para o distrito de Epaminondas Otoni, na cidade de Carlos Chagas, no Vale do Mucuri. De acordo com a PCMG, o homem tem familiares no local.
As diligências para localizar o suspeito começaram e, em 2023, ele foi denunciado à Polícia Militar pelo próprio irmão por ameaça. A partir do boletim de ocorrência do caso, a PCMG conseguiu identificar onde estava o homem e pediu medidas judiciais para a prisão dele.
O homem foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais e denunciado pelo Ministério Público do estado por estupro de vulnerável. A pena pode chegar a 15 anos de prisão.
Inocente perde a vida
Na época dos abusos, houve grande comoção na comunidade onde ocorreu o crime, no bairro Primavera, em Ibirité, na Grande BH. Um membro da comunidade, tentando fazer justiça com as próprias mãos, procurou o suspeito para 'puni-lo' pelo estupro, mas se confundiu e acabou matando outra pessoa, que não tinha relação com o caso.
O homicídio, cometido em agosto de 2020, ainda está em investigação e foi o que gerou o nome da operação: Erro in Persona. "Escolhemos esse nome exatamente porque esse erro gerou a morte de uma pessoa inocente", disse a delegada
Crença na impunidade
A Polícia Civil de Minas Gerais afirma que o suspeito, após fugir, tinha a confiança de que iria ficar impune. Ele se refugiou em Carlos Chagas, onde nasceu. Um sinal de que o homem acreditava que não seria punido foi o momento da prisão.
“Ele estava em uma situação de pesca, sem camisa. Ele não resistiu. Ficou ciente do mandado de prisão de maneira formal, apesar de que ele já sabia, tanto que fugiu”, diz a delegada Andreza Prestes. Além de estupro de vulnerável e ameaça contra o próprio irmão, o homem também já respondeu por homicídio tentado.
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