Facção evangélica do Cabana, TCP é alvo de operação em BH e cidades de outros seis Estados
Organização criminosa é alto de ordens judiciais de sequestro de bens que totalizam cerca de R$ 345 milhões
O Tempo Por Raíssa Oliveira
Integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) - facção evangélica do Rio de Janeiro com atuação na comunidade do Cabana do Pai Tomás, na região Oeste de Belo Horizonte - são alvos de megaoperação deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta quarta-feira (27 de novembro). São cumpridos 106 mandados de prisão, de busca e apreensão pessoal e domiciliar, além de ordens judiciais de sequestro de bens imóveis, veículos e valores, e de suspensão de atividades de empresas.
Os mandados são contra alvos nas cidades de Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana, além de municípios do Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu (PR), Praia Grande (SP), Ribeirão Preto (SP), São Bernardo do Campo (SP), Paranaíba (MS), Sinop (MT) e Britânia (GO).
Segundo o MPMG, as ordens judiciais de sequestro totalizam cerca de R$ 345 milhões em contas bancárias, aplicações financeiras, títulos de capitalização, cadernetas de poupança, investimentos, ações e cotas de capital dos investigados e suas pessoas jurídicas.
Investigação
Investigações das autoridades, iniciadas há dois anos, apurou o funcionamento de uma organização criminosa vinculada ao Terceiro Comando Puro instalada na região do Cabana do Pai Tomás, na capital mineira, com atuação não apenas naquela região, como em outras áreas do estado no tráfico de drogas, na posse e no porte ilegal de armas de fogo e na lavagem de capitais.
Nesse período, foram mapeadas a atuação de vários integrantes das organizações criminosas, cada um com uma atribuição específica, incluindo não apenas as atividades criminosas típicas, mas também o fornecimento de sinal de internet, ações assistencialistas e apoio jurídico que visavam o controle e fomento da organização criminosa em território mineiro.
"As investigações apontaram ainda uma complexa rede de lavagem de capitais, principalmente do narcotráfico, na qual pessoas físicas e jurídicas de vários estados da Federação participavam do escoamento do dinheiro ilícito", informou o MPMG.
Operação
A operação desta quarta-feira conta com o apoio operacional de delegacias especializadas da Polícia Civil (PCMG), de batalhões da Polícia Militar (PMMG), da Coordenadoria de Recursos Especiais de Minas e do Rio de Janeiro, de delegacia da Polícia Civil de São Paulo, dos canis e dos hangares da PCMG e da PMMG, da CSI do Ministério Público do Rio de Janeiro e dos Gaecos dos Ministérios Públicos do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, de São Paulo, de Goiás e do Paraná.
Participam da operação nove promotores de Justiça, três delegados de Polícia Civil, 100 policiais civis, 80 policiais militares, dois policiais penais e servidores administrativos da PCMG, bem como cães dos canis da PCMG e da PMMG e os helicópteros da PCMG e da PMMG, que auxiliam na execução dos mandados.
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