Entenda como funciona o golpe que desviou R$2,3 mi do FGTS de Paolo Guerrero e de outros jogadores

Entenda como funciona o golpe que desviou R$2,3 mi do FGTS de Paolo Guerrero e de outros jogadores
Guerrero decide romper contrato com clube peruano Paolo Guerrero foi alvo de golpe milionário Divulgação/César Vallejo
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Esquema envolvia empresários do ramo, bancários, advogados e ex-jogadores de futebol; Christian Cueva, Ramires, João Rojas, Maikon Leite, Elano e Paolo Guerrero foram vítimas do golpe

Itatiaia     Por 

 

Diversos jogadores brasileiros e estrangeiros foram alvos de uma quadrilha que vinha agindo desde 2014 em uma fraude para desviar dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de acordo com uma investigação da Polícia Federal. O golpe e a operação foram revelados pelo Fantástico, da TV Globo.

esquema envolvia empresários do ramo, bancários, advogados e ex-jogadores de futebol. Atletas como Christian Cueva, Ramires, João Rojas, Maikon Leite, Elano e Paolo Guerrero, o mais recente, foram vítimas do golpe. Guerrero, que atuou em clubes como Corinthians, Flamengo e Internacional, teve R$ 2,3 milhões desviados do FGTS da Caixa Econômica Federal para um banco privado no nome dele.

A conta para a qual o dinheiro era transferido foi aberta em maio de 2022, em São Paulo. No entanto, quando foi aberta, Guerrero não estava no Brasil, mas sim nos Estados Unidos tratando uma lesão no joelho. Assim que soube do desvio, ele enviou uma carta ao banco afirmando que não reconhecia a conta, tampouco as transferências, e pediu o estorno dos valores.

Como funcionava o esquema?

Para aplicar o golpe, os criminosos buscavam atletas que haviam sido desligados recentemente dos clubes, acessavam o Fundo de Garantia na Caixa Econômica Federal com assinaturas e documentos falsos, abriam contas em outros bancos e desviavam o dinheiro para contas de laranjas.

Cinco pessoas receberam o dinheiro desviado da conta de Guerrero. Gustavo Gonçalves de Barros, sócio da empresa F.G.L Marketing & Sport, recebeu R$ 402.700.

Outro sócio da empresa, Fernando Costa de Almeida, empresário do ramo do futebol que cuidava da situação previdenciária de atletas profissionais e de transferências. Ele teria enviado uma procuração com uma suposta assinatura de Guerrero à empresa o qual era sócio.

José Orlando de Almeida, pai de um terceiro sócio da empresa, também é investigado. Ele é parente de outras pessoas que receberam os valores do FGTS de Guerrero.

Um outro homem, identificado como Sérgio Rogério Melo da Costa, também é investigado. O rosto dele foi utilizado em 2022 no processo de reconhecimento facial de Guerrero para abrir a conta falsa no banco privado.

O cadastramento do jogador foi feito por um dispositivo móvel cadastrado na conta dele, segundo as investigações. As fotos de Sérgio não foram comparadas com a biometria de Guerrero. A suspeita é de que uma funcionária do banco tenha participado do golpe.

A quadrilha atuou realizando esse golpe entre 2014 e 2017, focando em apenas jogadores brasileiros. Marcelo Silva, ex-Santos, teria facilitado os desvios. A segunda onda de golpes focava em jogadores estrangeiros.

O que dizem os investigados?

Gustavo Gonçalves de Barros afirmou que desconhecia a origem do dinheiro depositado na conta dele e tentou procurar as vítimas para devolver os valores. A defesa de José Orlando nega participação do crime e afirmou que ele está colaborando com as investigações. A de Fernando Costa de Almeida afirmou que recebeu com surpresa a notícia de envolvimento no crime. Já a Caixa afirmou que trabalha em conjunto com a PF para apurar os casos.