Eduardo Leite pede desculpas após afirmar que temia 'impacto' do 'grande volume de doações' no comércio do RS

Eduardo Leite pede desculpas após afirmar que temia 'impacto' do 'grande volume de doações' no comércio do RS
O governador Eduardo Leite em visita a pavilhão que recebe doações Foto: Gustavo Mansur/Governo do RS
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No vídeo com o pedido de desculpas, governador do RS alegou que foi mal entendido e misturou a "questão das doações" com o momento vivido pelo Estado

O Tempo    Por Renato Alves

 

BRASÍLIA – O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), divulgou nesta quarta-feira (15) um vídeo pedindo desculpas pela declaração dada na terça-feira (14) mostrando preocupação com um possível impacto negativo das doações aos gaúchos vítimas das enchentes. Ele afirmou temer danos ao comércio e ainda pediu que brasileiros direcionem ajuda aos empresários do Estado.

No vídeo com o pedido de desculpas, Leite alegou que foi mal entendido e misturou a "questão das doações" com o momento vivido pelo Estado.

"Antes de mais nada, meu agradecimento a todos pela gigantesca mobilização e solidariedade a favor do povo gaúcho. Em nenhum momento eu tive a menor intenção de inibir ou desprezar as inúmeras doações que o Brasil e o mundo estão fazendo para ajudar nosso Rio Grande do Sul numa grande reconstrução. Entre tantas preocupações que a tragédia nos traz, traz também a situação dos nossos pequenos comerciantes", afirmou o governador

"As últimas semanas têm sido brutais para todos nós, e ninguém está livre de errar. Portanto, meu mais sincero pedido de desculpas pela confusão que possa ter causado no entendimento de algumas pessoas", completou Leite.

As declarações que provocaram fortes críticas nas redes sociais, foram dadas em entrevista à rádio BandNews FM. 

“Um dos pontos que pedi à nossa equipe é que ajude a estruturar na medida do possível ferramentas e canais para que aquelas pessoas de outros locais que queiram fazer doações possam fazê-las ajudando o comércio local que está impactado”, disse o governador à rádio.

“Porque, na verdade, quando você tem um número tão grande de doações físicas chegando ao Estado, há um receio, pelo que já observamos em outras situações, sobre o impacto que isso terá no comércio local. Você tem uma cidade que foi impactada, um comércio que foi impactado, e o reerguimento desse comércio fica dificultado na medida em que você tem uma série de itens que estão vindo também de outros lugares do país”, completou.

O governador disse ainda que não queria ser entendido como alguém que está desprezando as doações. "Pelo contrário. Mas inclusive isso, também, gera uma preocupação aqui pra nós sobre o impacto no comércio local do Rio Grande do Sul. E acho que há caminhos que a tecnologia proporciona para que a gente encontre à disposição das pessoas de doar e ajudar com a necessidade local dos pequenos comerciantes, enfim, de buscar e se reerguer, de forma que todos estejam atendidos”, encerrou Leite.

Conforme o mais recente balanço, divulgado na manhã desta quarta-feira (15), 149 morreram nas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul há duas semanas. Ainda há 112 desaparecidos e 806 feridos. O número de pessoas fora de casa é de 617,7 mil, sendo 79,4 mil em abrigos e 538,2 mil desalojados (em casa de amigos e parentes).