Corpus Christi está chegando: você conhece a tradição por trás do feriado?
A data é uma das mais importantes do calendário católico e será o último "feriadão" de quatro dias em 2024
O Tempo Por Rodrigo Oliveira
Os belo-horizontinos estão contando os dias para o feriado de Corpus Christi, um dos mais importantes da Igreja Católica, que acontece no próximo dia 30. Isso porque, como a data cairá em uma quinta-feira, muitas empresas acabam emendando com a sexta-feira e o fim de semana.
Assim, a maioria dos moradores da capital mineira terão a chance de se programar para quatro dias de folga naquele que será o último "feriadão" de quatro dias em 2024 no calendário nacional.
Os aguardados feriados de 7 de setembro (Independência), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida) e 2 de novembro (Finados) vão cair em sábados. Já Natal (25/12) vai cair numa quarta-feira. O único feriado possível para uma “emenda” será Proclamação da República (15/11), celebrado numa sexta-feira.
Trabalhadores devem ficar atentos, pois nem todos devem descansar no próximo feriadão. O Corpus Christi é considerado ponto facultativo em várias capitais, como Rio de Janeiro e Recife, mas em Belo horizonte a data é considerada um feriado - ou seja, a convocação do trabalhador deve seguir regras conforme acordo coletivo da sua categoria.
Origem na Idade Média
Mas, além de ser um pretexto para ficar "de boa" em casa ou viajar, você conhece a origem por trás da data?
O Corpus Christi é uma celebração da Igreja Católica e não possui uma data fixa. O feriado acontece sempre 60 dias depois da Páscoa, em um quinta-feira. A expressão, que tem origem em latim e significa "Corpo de Cristo", celebra um dos sete Sacramentos, a Eucaristia, instituído na Última Ceia.
A data passou a ser celebrada na Idade Média, quando o Papa Urbano IV teria recebido o segredo da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon (1193-1258), que dizia ter tido visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
A última ceia, na Quinta-Feira Santa, não podia ser comemorada em razão do luto da Sexta-Feira da Paixão e, assim, a Igreja Católica julgou que seria melhor instituir uma festa própria, fixando a quinta-feira após o domingo da ascensão do senhor.
A comemoração foi oficializada após um suposto milagre acontecer na cidade de Bolsena, na Itália, onde um sacerdote celebrante da Santa Missa teria relatado ver sangue escorrer após partir a hóstia. Papa Urbando IV teria, então, ordenado que as vestes sujas fosse levadas até Orvieto, em grande procissão, sendo a primeira da data em que se tem notícia.
Os famosos tapetes coloridos
Para celebrar a data, tapetes coloridos de sal são confeccionados nas ruas por fiéis da Igreja Católica ao redor do mundo para a passagem da procissão de Corpus Christi. A tradição, que iniciou em Portugal, foi trazida ao Brasil pelos colonizadores. Os desenhos são variados, mas sempre representam a Eucaristia.
Em Ouro Preto, o Triunfo Eucarístico de 1733, por ocasião da reabertura da matriz do Pilar, foi a mais grandiosa festa do Brasil colonial, segundo os relatos de época.
Ainda hoje, a antiga capital de Minas mantém a tradição, ao realizar as comoventes cerimônias de Corpus Christi, nas missas cantadas em suas matrizes e nas procissões que percorrem a cidade e os distritos. Durante as celebrações, os moradores põem colchas de rendas nas janelas e sacadas e fazem tapetes que cobrem as calçadas históricas. Para a confecção dos tapetes, são utilizados materiais diversos, como serragem colorida, borra de café, farinha, areia e flores.
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