Incêndio e pânico: O que se sabe sobre acidente com caminhão perto do Anel

Incêndio e pânico: O que se sabe sobre acidente com caminhão perto do Anel
Militar do Corpo de Bombeiro trabalha em incêndio de caminhão-tanque em BH — Foto: Flávio Tavares/ O TEMPO
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Moradores acordaram com as chamas durante a madrugada desta quinta; motorista que morreu foi arremessado a 30 metros

O Tempo    Por Pollyana Sales, Lucas Gomes, Raquel Penaforte e Guilherme Gurgel 

 

A explosão de um caminhão-tanque, na madrugada desta quinta-feira (14 de março), incendiou casas, provocou uma morte e deixou vários feridos, nas margens do Anel Rodoviário, altura do bairro Goiânia, região nordeste de Belo Horizonte. 

Moradores que presenciaram a tragédia afirmam que o cenário era de pânico e muita destruição. Veja o que se sabe sobre o acidente:

Quando e como aconteceu

A explosão foi por volta de 02h20 da madrugada. Conforme o registro policial, o caminhão saiu da marginal do Anel Rodoviário e, por motivo desconhecido, ao tentar virar à direita para acessar a MGC-262, antiga MG-05, perdeu o controle e tombou à esquerda. 

Segundo o Corpo de Bombeiros, quando os primeiros militares chegaram no acidente o caminhão já estava tomado pelo fogo. A corporação afirma que o caminhão tombou e, com o impacto da queda, o tanque que estava com a carga de combustível vazou pela via.

Em pouco tempo, as chamas se alastraram atingindo casas, lojas e carros estacionados. O fato da rua ser uma descida também pode ter ajudado a propagar o fogo rapidamente.A rede elétrica e uma fábrica também foram atingidas no momento da explosão.

A vítima

O motorista do caminhão, um homem de 54 anos, morreu carbonizado antes da chegada dos militares do Corpo de Bombeiros. O corpo dele foi arremessado a 30 metros do veículo.

Em entrevista à equipe de reportagem do portal O TEMPO, o dono da empresa, Felipe Bretas, definiu o motorista como "um funcionário exemplar":

"Não sei dizer o que aconteceu, ele sempre trabalhou com transporte, tinha todos os cursos, tudo certinho", afirma. O motorista estava na empresa desde 2022.

Os moradores

Outros oito moradores ficaram feridos e foram encaminhados para o Hospital João XXIII, na região Leste de Belo Horizonte. Cinco pessoas que não conseguiram sair das casas, durante o incêndio, também foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. O número de feridos pode ser maior, já que outras pessoas procuraram socorro por meios próprios ou foram ajudados por vizinhos.

Vitória ferreira, uma moradora que foi acordada com o barulho da explosão, disse, em entrevista ao portal O TEMPO, que foi socorrida pelos telhados:

"Acordei com gritos. Saí na janela e vi um clarão, mas não tinha entendido a proporção. Percebi que um carro havia explodido e o fogo alastrou aqui. Acordei meu pai na sala, meus dois filhos, minha mãe. Minhas janelas têm grade. Soquei a janela, quebrei o vidro e meu filho mais velho passou pelo basculante. Pegaram uma marreta, quebraram a parede, tiraram os três. Fomos socorridos pelo telhado", desabafa a moradora que teve a casa completamente queimada.

Casas interditadas

O cenário horas depois da tragédia é de destruição. Moradores contabilizam prejuízos e alguns ainda não puderam entrar dentro das casas.

Segundo a Defesa Civil, oito imóveis foram atingidos. Três casas estão totalmente interditadas e três casas e duas lojas parcialmente interditadas.

"Identificamos danos estruturais e materiais e há riscos de desplacamento do forro. Os moradores foram notificados sobre os riscos e foi oferecido a eles um abrigo temporário, mas eles negaram", disse.

Investigação

A Polícia Civil de Minas Gerais já informou que investiga o acidente. O caminhão que explodiu estava carregado com 23 mil litros de combustível, sendo 10 mil de gasolina, 10 mil de diesel e 3 mil de álcool. 

A perícia esteve no local do acidente e o corpo do motorista foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para ser submetido à identificação e ao exame de necropsia. Ainda conforme a PCMG, "Outras informações poderão ser repassadas com o avanço dos trabalhos de polícia judiciária”, disse.